A História do Beijo
Na Suméria (região da antiga Mesopotâmia, hoje Ásia), as pessoas costumavam enviar beijos para os céus, endereçados aos deuses.
Na Antigüidade, o beijo materno, de mãe para filho, era bem comum. Entre gregos e romanos, era observado entre todos os membros de uma família e entre amigos bastante íntimos ou entre guerreiros no retorno de um combate, muitas vezes, com conotação erótica. Os gregos, aliás, adoravam beijar.
No entanto foram os romanos que o difundiram. Para explanar sobre o beijo, o latim tem três palavras distintas: osculum, beijo na face; basium, beijo na boca; e saevium, beijo leve e com ternura.
Beijo na boca, entre cidadãos da mesma classe social, era uma saudação praticada pelos persas. Heródoto, no século 5 a.C., listou todos os tipos de beijos e seus significados entre persas e árabes.
Na Idade Média, séculos 12 e 13, a saudação entre religiosos cristãos tornou-se o beijo de paz, que simbolizava a caridade e unia os cristãos durante a missa. O beijo de paz também era utilizado pela Igreja nas cerimônias de ordenação, na recepção de noviços, na missa etc. Neste mesmo período da história, a Igreja Católica proibiu o beijo caso este tivesse alguma conotação libidinosa. O beijo, afirmavam os religiosos, não tinha de ter ligação com o prazer sexual. Os fiéis passaram a beijar o osculatório e somente os clérigos mantiveram o costume do beijo nos lábios para as cerimônias.
O beijo na boca passou também a representar uma espécie de contrato entre o senhor feudal e o seu vassalo. Era algo como "dou minha palavra". Os burgueses adotaram o beijo na face como sinal de saudação; os nobres usavam o beijo na boca para o mesmo fim.
Somente no século 17 que os homens deram fim ao beijo na boca, o substituíram, então, pelo abraço cerimonial. Paralelamente, os religiosos substituíram o beijo na boca pelo beijo nos pés, o beijo nas mãos, chegando ao aperto de mão e ao abraço da paz.
No século 19, o surgimento do Romantismo, que dava ênfase ao individualismo, lirismo, sensibilidade e fantasias, com o predomínio da poesia sobre a razão, favoreceu aos ardentes romances e tórridas paixões. Conseqüentemente, os beijos ganharam tremendo espaço e popularidade. Com o feminismo, a mulher, muito mais liberada, não tem mais vergonha de expor seus desejos. A literatura oriunda desta época, os filmes produzidos em Hollywood (quem não se lembra da cena protagonizada por Vivian Leigh e Clark Gable em "...E o Vento Levou"?, mudou hábitos tradicionais de vários povos. Entre os negros, amarelos, povos árabes e indianos, entre os quais o beijo não fazia parte dos costumes.
Segundo a Bíblia:
Modo de saudação usado no Oriente desde os
tempos patriarcais (século XVIII a.C.), entre pessoas do mesmo sexo, e
em casos especiais, entre pessoas de sexo diferentes. Os pais e as mães beijavam os filhos e pessoas da mesma família, cf. Gênesis 31:28 e 55; 48:10; II Livro de Samuel 14:33. Os filhos beijavam os pais; cf. Gênesis 27:26. Irmãos e irmãs beijavam-se mutuamente – cf. Cantares 8:1. Do mesmo modo faziam outros membros da família; Gênesis 29:11. Amigos e camaradas beijavam-se reciprocamente – cf. I Livro de Samuel 20:41. Nos tempos de Jesus Cristo, os convidados a um banquete eram beijados à entrada da casa – cf. Lucas 7:45. Era assim que os antigos cristãos se saudavam
– cf. Romanos 16:16, como símbolo de fraternidade cristã. O beijo
parecia não ter conotação maliciosa e era encarado como um cumprimento
corriqueiro entre as pessoas e uma expressão de amor fraternal. O beijo
de Judas, o beijo da traição, tornou-se tanto mais vil e odioso devido
ao fato de um ato de amor fraternal ter sido usado como ato de
deslealdade – cf. Mateus 26:49. O beijo era um sinal de respeito, beijavam-se os pés dos reis em sinal de grande honra, ou de humildade e sujeição – cf. Salmos 2:12. A mesma idéia se ligava aos idólatras que beijavam seus ídolos – cf. I Livro de Reis 19:18. Era uso atirar beijos com a mão depois de haver beijado – cf. Jó 31:27. (Adaptado do Dicionário Bíblico de J. Davis, Editora Juerp, 15ª Edição de 1989).
O Beijo na Concepção Islâmica:
O comentário que se segue foi feito pelo
líder islâmico Samir El-Hayek tradutor do Alcorão para o português. Ele
comenta sobre o beijo:
“Nós muçulmanos nos beijamos. Beijamos nossos amigos e irmãos... Não na
Boca! Nem a própria mulher a gente costuma beijar na boca. Beijamos no
rosto, na testa. É a nossa cultura. O beijo na boca é invenção do
cinema hollywoodiano, que continua ganhando muito dinheiro com isso”.
O Beijo na Concepção Católica:
Bem, como já vimos acima, o beijo amoroso
foi proibido pela Igreja Católica na Idade Média e em nossas pesquisas
não conseguimos a informação se esse decreto foi extinto ou não.
Entretanto, a Igreja Católica Romana tem no beijo uma maneira de
referência e adoração; beijam-se as imagens e abascantos, beija-se a mão
do clérigo, o padre beija o altar, o Papa por várias vezes beijou o
solo onde foi peregrinar, beija-se após fazer o sinal da cruz, beija-se o
irmão de fé em sinal de amor cristão... Enfim, poderíamos dizer que o
beijo compõe o culto e os rituais do catolicismo.
O Beijo nas religiões Orientais:
Para as religiões Orientais, o beijo é um
ato muito íntimo, jamais realizado em público. É algo reservado e que
dificilmente será motivo de vexatório.
A Bíblia mostra que os irmãos se saudavam
com um beijo no rosto em sinal de cordialidade e cumprimento (Rm.16:16).
Era um costume da época, como o nosso hoje, de saudar uns aos outros
com um aperto de mão. O ósculo não é colocado como uma doutrina ou
ensinamento, mas apenas como um gesto de cordialidade que deveria e deve
haver entre os irmãos. Em nossas igrejas o povo é livre para saudar,
não frisamos o ósculo pelo fato da inconveniência. A Bíblia nos ensina a
evitar a aparência do mal (I Ts.5:22). Na nossa sociedade, homem
beijando homem é um tanto desconfortável, sendo considerada uma prática
libidinosa. Não queremos causar escândalos a ninguém (Rm.14:13) e por
isso evitamos a prática do ósculo. O beijo no culto evangélico não é
usado como no caso do catolicismo.O Beijo na Ótica Protestante Evangélica:
No casamento, na intimidade do casal evangélico, não há restrição no ato do beijo na boca. Entretanto, no caso do namoro, todo cuidado se faz necessário, pois a fornicação é um pecado segundo a Bíblia (Ap. 21:8). O beijo caloroso demais entre o casal de namorados pode sair da esfera de carinho e se tornar carícia, por isso a necessidade de se ter os devidos cuidados. No meio evangélico, geralmente, existe um conselheiro que acompanha o casal de namorados e fornecendo-lhes as devidas orientações e precauções que devem ser aplicadas no dia a dia.
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