Corrida de São Silvestre completa 89 anos de existência
Apresentação José Carlos Andrade
Há oitenta e nove anos era realizada a primeira edição da Corrida Internacional de São Silvestre.
O
jornalista paulista Cásper Líbero fez uma viagem a Paris e de lá voltou
maravilhado com uma corrida realizada à noite, em que os corredores
carregavam tochas ao longo do percurso.
Entusiasta do
esporte e decidido a promover algo semelhante no Brasil, criou uma
corrida noturna a ser realizada no último dia do ano de 1925. Estava
criada a Corrida de São Silvestre, que recebeu esse nome em homenagem ao
santo do dia.
Em sua primeira edição, de 60 inscritos
48 compareceram para disputar a prova e 37 foram oficialmente
classificados. O primeiro vencedor foi o jogador de futebol Alfredo
Gomes, que completou os oito mil e oitocentos metros do percurso em
trinta e três minutos e vinte e um segundos.
Apenas
brasileiros participaram das primeiras provas. A partir de 1927 foi
permitida a inscrição de estrangeiros morando no Brasil, o que
possibilitou ao italiano Heitor Blasi, radicado em São Paulo, vencer as
edições de 1927 e 1929.
A partir de 1945, com o fim da
Segunda Guerra Mundial, a São Silvestre passou a contar com a
participação de estrangeiros, mas apenas para corredores convidados de
países da América do Sul.
O sucesso das duas primeiras
edições internacionais, no entanto, levou os organizadores a permitirem a
participação de corredores de todo o mundo a partir de 1947.
Teve,
então, o início de um período de 34 anos no qual nenhum brasileiro
venceria a prova, o que se encerrou quando o garçom pernambucano José
João da Silva ganhou a edição de 1980, feito que repetiria em 1985.
Até
1988, a corrida era realizada à noite. Em 1989 o horário foi alterado,
passando às três horas da tarde para mulheres e às cinco horas da tarde
para homens e a São Silvestre foi oficialmente reconhecida e incluída no
calendário internacional.
A partir de 1991 o percurso
São Silvestre foi ampliado para quinze quilômetros atendendo a
exigências da Federação Internacional de Atletismo.
O
maior vencedor – e também recordista – da prova é o queniano Paul Tergat
com cinco vitórias e, entre as mulheres, a portuguesa Rosa Mota, que
com seis vitórias consecutivas nos anos 1980 é a maior vencedora geral.
Entre os brasileiros, o título fica com Marílson Gomes dos Santos com três vitórias.
Alguns
dos maiores fundistas da história do atletismo já participaram e
venceram a prova. Além de Tergat e Mota, já correram nas ruas de São
Paulo campeões e medalhistas olímpicos e recordistas mundiais como
Franjo Mihalic, Gaston Roelants, Frank Shorter, Carlos Lopes, Arturo
Barrios, Ronaldo da Costa, Priscah Jeptoo, Derartu Tulo e a locomotiva
Humana, o Emil Zatopek, campeão em 1953.
A São Silvestre
também compensa seus campões. Ano passado o vencedor recebeu 60 mil
reais, o segundo lugar 35 mil e o terceiro colocado, vinte mil reais.