Rádio Acesa FM VR: Mulher morre por falta de vaga em UTI

domingo, 31 de agosto de 2014

Mulher morre por falta de vaga em UTI

Felipe Flores denunciou à imprensa que sua mãe, Vilma de Assis da Silva, de 64 anos, foi vítima de negligência médica. Segundo ele, ela deu entrada na Unidade de Pronto Atendimento (UPA), no dia 21 de julho, com quadro de suspeito de AVC. Com isso, a vítima necessitava de um tratamento intensivo, e por não conseguir vaga, no dia 29 morreu com duas paradas cardíacas. 

Ainda segundo o filho da vítima, Vilma havia passado mal pela manhã e ele a levou para a UPA. Chegando ao local, foi realizada a classificação de risco pela enfermagem e só depois ela foi atendida pela médica que estava de plantão, onde foi constatado o AVC, e a necessidade de uma Tomografia Computadorizada para identificar se tratava-se de um AVC isquêmico ou hemorrágico. Por volta do meio dia, Vilma foi levada ao Hospital Vita, em Volta Redonda, retornando as 14h. Ao retornar foi confirmado um Acidente Vascular Isquêmico (AVI), e devido à extensa lesão a vítima precisava de uma Unidade de Terapia Intensiva (UTI). 

Ainda de acordo com Felipe, a mulher foi cadastrada na Central de Vagas, e a UPA fez três pedido a Santa Casa de Misericórdia, e todos foram negados. Ele explicou que a administração da UPA informou que para partir para compra de vaga era necessário que três pedidos fossem negados. Os pedidos foram negados, mas não foi concedido a vaga particular. “No dia 28 procurei o prefeito, e ele não pôde me atender. As 16h me informaram que haviam conseguido uma vaga pra minha mãe no Hospital São Camilo, em Volta Redonda. Chegando lá minha mãe teve duas paradas cardíacas, que dizem ter revertido, mas não deixaram os familiares entrar para ver. Na manhã do dia 29 ligaram às 7h para dizer que ela não havia resistido”, disse Felipe. 

Em nota, a direção da UPA de Barra Mansa informou que a paciente Vilma de Assis deu entrada na unidade no dia 21 de julho, com quadro suspeito de Acidente Vascular Encefálico (AVE). A equipe médica fez os primeiros atendimentos e conseguiu estabilizar a paciente. Em seguida, foram solicitados exames complementares, como tomografia computadorizada. Através dos exames foi constado que a paciente apresentava AVE do tipo isquêmico e que a mesma necessitava de tratamento intensivo e não mais de atendimento de urgência/ emergência. 

A UPA seguiu o trâmite normal de solicitação de transferência de pacientes para a rede atendida pelo SUS. Foram feitas solicitações diárias ao hospital de referência Santa Casa de Misericórdia e à Central Estadual de Regulação de Vagas, que faz a busca ativa em hospitais em todo estado do Rio. 

Também em nota, a Santa Casa informou que a UTI possui 18 leitos, e todos com taxa de ocupação em 100%, na maioria dos dias do ano. No caso da senhora Vilma de Assis, não foi diferente. O hospital estava sem leito de UTI disponível para internação imediata e que procedeu conforme determinação do Ministério da Saúde. 

Por sua vez, o Governo do Estado afirmou que a Central Estadual de Regulação (CER) recebeu no dia 21 de julho o pedido da UPA para transferência da paciente, dando início ao processo de busca por um leito de terapia intensiva. E que não foi notificada para contratação de leito em unidade particular. Ainda de acordo com a nota, a CER relatou que encaminha pacientes para leitos de UTI atendendo a critérios de urgência, necessidade e disponibilidade de vagas e que nenhum leito de UTI fica vazio. 

Assim que abre vaga - por alta ou óbito do paciente - é imediatamente ocupado por paciente inserido na central pelas unidades de saúde de todo o estado, atendendo a critérios técnicos. 

A CER frisou ainda que todos os 92 municípios do Estado são gestores plenos de seus territórios e devem se responsabilizar pela atenção integral à saúde de seus moradores, incluindo a terapia intensiva, quando necessária.

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