Dez de janeiro de 1912, quarta-feira, pouco depois de uma e meia da tarde e a cidade de Salvador, na Bahia foi alvo de um bombardeio. A sede do governo, a biblioteca, a Câmara e até o quartel da polícia militar foram atingidos. Houve conflito armado entre a polícia baiana e o exército brasileiro.
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Foto anterior ao bombardeio (acervo FGM) |
Três tiros de pólvora seca como advertência serviram para quebrar o silêncio da cidade que retornava do almoço. Os fortes de São Marcelo, São Pedro e Barbalho descarregaram munição. Salvador estava sendo bombardeada pelas fortificações construídas para a proteção da própria cidade.
A população viveu cinco horas de pânico. Prédios públicos e privados destruídos, atingidos por 78 tiros de canhão. Dezenas de feridas. Um episódio sangrento, resultado de uma disputa política entre o então governador da Bahia Aurélio Viana e o governo federal. Nas eleições presidenciais de 1910, o jurista e senador Rui Barbosa foi o adversário político do marechal Hermes da Fonseca, que venceu aquele pleito e apoiava José Joaquim Seabra para o governo da Bahia nas eleições de 1912.
O ataque foi ordenado pelo general Sotero de Menezes. O comércio foi obrigado a fechar as portas. Baterias do Forte São Marcelo atingiram o Palácio do Governo e o Teatro São João, prédios históricos. Os esforços para conquistar o poder a qualquer custo deixaram marcas cruéis na cidade e na história de Salvador. Um incêndio destruiu o acervo da Biblioteca Pública da Bahia, a mais antiga do Brasil. Livros e documentos raros ficaram perdidos para sempre.
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