O conselho diretor da
Anatel deverá analisar novamente a proposta do sistema de bloqueio de
telefones irregulares no país e seu cronograma de implantação. Esta
semana, durante reunião administrativa da Anatel, que avalizou decisão
da agência do início deste ano, o conselho considerou que alguns pontos
precisam ainda de alguma análise, entre eles o prazo de implantação. A
expectativa é de que os diretores adotem o sistema apresentado pela
Superintendência de Planejamento de Regulamentação, área técnica
responsável por estudar a medida.
Serão bloqueados os
celulares que não tenham certificação da Agência e IMEI válidos. O IMEI é
uma sequência de números que identifica o celular internacionalmente,
que são listados no banco de dados da GSMA, organismo internacional de
que reúne as empresas de telefonia móvel Ele equivale ao número do
chassi dos carros. Os aparelhos sujeitos ao bloqueio são principalmente
os vendidos irregularmente no mercado nacional.
Antes de bloquearem os
celulares, as operadoras vão avisar aos seus clientes que o aparelho
não é regularizado, e somente depois de 75 dias ele poderá ser
bloqueado. Poderá haver um adiamento do início da implantação do
sistema, mas por enquanto está previsto que as empresas devem começar a
mandar mensagens com avisos para os usuários a partir do final de julho.
O projeto do bloqueio de
celulares e sua forma de implantação vem sendo estudados pela Anatel em
conjunto com as operadoras de telefonia móvel e Associação Brasileira
da Indústria Eletro e Eletrônica (Abinee). Uma das preocupações das
empresas é que deverá haver uma grande demanda dos usuários nas suas
centrais de atendimento, e por isso há necessidade de treinamento de
seus funcionários. A indústria, por sua vez, acredita que o bloqueio
deve começar a funcionar no prazo planejado, porque ele já foi discutido
de forma exaustiva durante os três últimos anos.
O bloqueio será mais uma
medida do projeto Siga. Um das ações que já está em funcionamento é o da
utilização do Cadastro Nacional de Estações Móveis Impedidas (CEMI). As
próprias polícias podem cadastrar no CEMI o aparelho furtado ou
roubado. A vítima não precisa informar o IMEI do aparelho e basta apenas
o número de telefone para fazer o registro e as operadoras devem
realizar o bloqueio do aparelho.
Fiscalização
Outra ação desenvolvida
pela Anatel é a fiscalização de produtos irregulares. Ela determinou a
retirada imediata de produtos irregulares identificados na plataforma
online do "Mercado Livre". O ofício recebido no dia 17 deste mês pelo
Mercado Livre é o primeiro a identificar a comercialização dos chamados
microcelulares.
A área técnica da Anatel
informa que não registrou nenhuma solicitação para a certificação ou a
homologação de microcelulares. A homologação do produto garante ao
usuário a qualidade e a segurança do aparelho e é necessária para a
comercialização de celulares no país. Produtos identificados no ofício
apresentaram selos de homologação falsos ou irregulares. Se aparecerem
outras denúncias ou informações de problemas, a Anatel atuará em
qualquer estado brasileiro onde estiver a origem do problema.
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