Rádio Acesa FM VR: Dependência química, uma questão de saúde publica: como superar esse desafio?

sábado, 11 de julho de 2020

Dependência química, uma questão de saúde publica: como superar esse desafio?

O Brasil é o segundo maior consumidor de cocaína e derivados, atrás apenas dos Estados Unidos. Ao menos 32 milhões de pessoas têm algum familiar que é usuário de substâncias toxicológicas segundo pesquisas.
A Organização Mundial de Saúde classifica a dependência química como uma doença crônica, mas o Estado brasileiro vai no caminho inverso, usando exclusivamente a força coercitiva no combate às drogas. A dependência vai além  do que o simples consumo de drogas, o Estado deveria oferecer um tratamento humanizado e de qualidade, tendo uma abordagem interdisciplinar capaz de aprofundar o debate, com objetivo de garantir uma rede de apoio e atenção integral a quem precisa, em vez de tratar usuários e dependentes de substâncias químicas como delinquentes, os colocando à margem da sociedade, tendo como destino na maioria das vezes a prisão ou a morte.

Em 2012, o jogador do Atlético-PR, Rodolfo, 28 anos, pai de família, foi pego no exame antidoping, com resultado positivo para cocaína. O goleiro, assumiu que começou a consumir a droga aos 15 anos. Infelizmente essa é a realidade da nossa juventude. O jogador levou uma suspensão de dois anos. Buscando a reabilitação o atleta ficou três meses internado em uma clínica. Após comprovar por exames que não fazia mais uso da droga, teve a pena reduzida para um ano. Retornou aos gramados no início de 2018, foi contratado pelo Fluminense, conquistando a titularidade em 2019.

Em junho de 2019, no jogo  do Tricolor contra o Atlético Nacional(COL), válido pela Copa Sul-Americana, o atleta foi sorteado para fazer o exame antidoping, infelizmente o resultado foi positivo novamente para o uso de cocaína. Na época o atleta abriu mão da contraprova, assumindo a responsabilidade. No início de 2020,  o jogador conseguiu uma importante vitória, ele ficará afastado do futebol por dois anos, mas será liberado para voltar aos treinos em 23 de março de 2021. 

O drama vivido pelo goleiro Rodolfo e seus familiares, não é algo isolado, a luta para manter-se longe das drogas é um desafio diário, que envolve o dependente e todos aqueles que os cercam. Ao longo do processo de desintoxicação de drogas, recaídas podem acontecer e o dependente voltar a fazer o consumo. Mas antes de tudo é preciso compreender que as recaídas são normais e fazem parte do processo para qualquer indivíduo que busca a reabilitação social.

Por Douglas Pereira
É formado em Serviço Social

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