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Em cinco anos, mais da metade das mortes dos policiais em serviço ocorreu próximo das áreas sob foco especial

Em cinco anos, mais da metade das mortes dos policiais em serviço ocorreu próximo das áreas sob foco especial

Estudo do ISP mostra ainda que, em 2020, o número de agentes mortos foi o menor nos últimos 23 anos

Um estudo produzido pelo Instituto de Segurança Pública (ISP) mostra que, entre 2016 e 2020, a maioria dos policiais mortos por letalidade violenta no estado do Rio de Janeiro estava de folga e cerca de ⅓ dessas mortes aconteceu em até 500 metros de uma área sob foco especial, que são uma combinação dos aglomerados subnormais indicados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) e das áreas de comunidade informadas pelo Instituto Pereira Passos (IPP). No total, 506 policiais foram mortos em todo o estado, sendo 148 em serviço (133 militares e 15 civis) e 358 em folga (331 militares e 27 civis).

Entre as mortes em serviço decorrentes da Letalidade Violenta mais da metade (74,1%) ocorreu dentro ou em até 500 metros de áreas sob foco especial. Os dados também mostraram que 56,9% das mortes em serviço ocorreram próximas umas das outras, com no máximo 100 metros de distância.

Em 2020 o número de policiais mortos foi o menor de toda a série histórica, iniciada em 1998 - foram 65 policiais civis e militares mortos em serviço e em folga. Esses e outros dados estão presentes no estudo “Vitimização policial no estado do Rio de Janeiro: panorama dos últimos cinco anos (2016-2020)”, que faz parte da série Textos para Discussão, divulgado pelo ISP nesta sexta-feira (10/09).

Com base em informações das secretarias de Estado de Polícia Civil e de Polícia Militar, foi possível observar também que a maior parte das mortes aconteceu na capital, entre 18h e 0h, e 76,1% do total dos policiais mortos estavam lotados em unidades operacionais. Ao analisar o motivo das mortes, 71,9% foram provocadas por Letalidade Violenta (homicídios, encontro de cadáver, lesão corporal provocada por projétil de arma de fogo e roubo seguido de morte provocado por projétil de arma de fogo ), e, destas, 254 foram cometidas por projétil de arma de fogo. Um dado que chamou a atenção foi que em cada 10 vítimas de latrocínio no estado, uma era policial. É importante também destacar que, em cinco anos, 35 policiais tiraram suas próprias vidas (31 em folga e quatro em serviço).

Para a diretora-presidente do ISP, Marcela Ortiz, o trabalho tem o intuito de compreender a vitimização policial e oferecer dados e análises que auxiliem o Executivo estadual nos esforços para o desenvolvimento de ações concretas para reduzir essa violência.

- As instituições policiais e os governos têm, cada vez mais, se preocupado com a segurança de seus agentes e trabalhado no sentido de garantir o seu bem estar, não só durante o trabalho, mas também nos momentos de folga. Os nossos dados mostram que há um desafio também no que diz respeito à saúde mental dos policiais. O importante de trazer esses dados para a sociedade é justamente mostrar que, apesar desses agentes do Estado terem o monopólio da violência, eles também são vítimas dela e isso precisa ser combatido. - diz.

O estudo “Vitimização policial no estado do Rio de Janeiro: panorama dos últimos cinco anos (2016-2020)” pode ser acessado na íntegra aqui.

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