Estoques da corporação zeraram e novo lote tem dobro do gás permitido, segundo ‘Veja.com’
O Dia
A Polícia Militar do Rio arrematou lote de 2 mil
bombas de gás extra-forte. Os artefatos têm concentração de lacrimogêneo
de 20%, o dobro da que vem sendo usada no Brasil. A informação foi
divulgada sexta-feira pelo site da revista ‘Veja’. Oficialmente, o
comando da PM disse desconhecer o caso, mas fontes ouvidas pelo
DIA
confirmaram a notícia.
A compra se deu em caráter de urgência, uma vez
que o estoque de bombas estaria praticamente zerado após os últimos
confrontos com manifestantes. O especialista em Segurança Paulo Storani
disse que este tipo de compra é comum em situações que fogem à
normalidade. “Não dá para abrir mão deste equipamento. Se ele for usado
em áreas abertas, não existe nenhum problema em ter maior concentração”,
explicou, ressaltando que o artefato evita o contato físico dos
manifestantes com a polícia.
Outra denúncia contra a PM é o uso de
bombas com prazo de validade vencido. O advogado criminalista Felipe
Caldeira já teve acesso a duas nesta situação. Uma delas foi encontrada
na Avenida Presidente Vargas, logo após protesto da última quinta-feira.
“Vamos levar este material para a Comissão de Direitos Humanos da Ordem
dos Advogados do Brasil. Sabemos também que estão sendo usadas balas de
borracha vencidas”, alertou.
Estudante
Hilbert (de barba, ao centro) tenta defender o PM caído ao chão de
manifestantes e agora está sendo acusado de ser um dos agressores
Foto: Divulgação
Porém, Storani esclareceu que, quando
está fora do prazo, a bomba pode apenas não ser detonada ou perder o
efeito. Com os artefatos garantidos, os policiais do Batalhão de Choque
já estariam fazendo piada e cantando paródia do hit ‘Amor de Chocolate’,
do cantor Naldo: “Pimenta ou lacrimogêneo / Pra mim tanto faz / Quando
vejo um baderneiro / Cada vez eu jogo mais...”.
Defensor vira agressor em cartaz na web
Um cartaz que circula na Internet divulga fotos
de supostos agressores de um policial militar, que ocorreu na
segunda-feira passada, ao lado da Alerj. Com os dizeres “vocês não
querem ser caçados pela PMERJ”, orienta os identificados a se entregarem
à polícia. Mas um dos que teve o rosto identificado, o estudante de
Educação Física da Universidade Federal Fluminense Hilbert da Silva
Julio, 30 anos, nega a acusação.
Ele conta que saiu em defesa do PM ao tentar
impedir as agressões e agora está sendo acusado de agressor. O estudante
disse que não vai procurar a polícia, por medo e que não conhece
nenhuma pessoa que teve o rosto divulgado. Apesar de ter sido ligado ao
episódio, não vai deixar de participar das manifestações. Acusados de vandalismo libertados por falta de prova
A Justiça negou na madrugada deste domimgo o
pedido de prisão contra o acusado de iniciar o tumulto em frente à sede
da prefeitura no protesto de quinta-feira. O administrador de empresas
Gabriel Campos Pessoa de Mello, 29 anos, foi indiciado por lesão
corporal, ameaça, dano ao patrimônio, incitação ao crime e formação de
quadrilha. O plantão judiciário alegou, no entanto, que faltavam
elementos que comprovassem que o acusado tinha iniciado a confusão.
O delegado adjunto da 5ª DP (Mem de Sá), Antônio
Bonfim, pediu a prisão temporária, baseado em imagens da mídia em que o
acusado aparece com barra de ferro na mão, em luta com outros homens e
afronta PM a cavalo. O administrador esteve na 5ª DP sábado com seis
advogados e disse que apenas brincou com um cavalo e que entrou em luta
corporal ao se defender de manifestantes. A juíza recomendou que as
investigações continuassem e que mais provas fossem apresentadas.
Na sexta, outros pedidos de prisões por
vandalismo na Alerj foram negados por falta de provas. O único concedido
foi o de Arthur dos Anjos Nunes, 21. Ele teve a prisão decretada por
formação de quadrilha e dano ao patrimônio depois de ser identificado
tentando invadir a Alerj.
0 Comentários