O primeiro trem de mercadorias entre Londres e China chegou no sábado, dia 29, ao seu destino depois de uma viagem de três semanas, evocando as velhas expedições comerciais da Rota da Seda.
O
comboio partiu no dia 10 de abril do porto londrino de
Stanford-le-Hope, no estuário do Tâmisa, em direção a Yiwu, na costa
oriental chinesa.
À
01H30 GMT (22H30 de sexta-feira em Brasília), entrou na estação de
Yiwu, uma cidade de cerca de dois milhões de habitantes ao sul de
Xangai, confirmou à AFP a empresa chinesa responsável pela operação. A
viagem durou dois dias a mais do que o previsto.
O
trem cruzou França, Bélgica, Alemanha, Polônia, Belarus, Rússia e
Cazaquistão. Com mais de 12 mil quilômetros, a rota Londres-Yiwu é a
segunda mais longa do mundo, atrás somente da rota China-Madri,
inaugurada em 2014.
Londres
é a 15ª cidade da Europa com conexão ferroviária com a China para
transporte de mercadorias, uma opção que é mais barata do que a aérea e
mais rápida do que a marítima.
Estas
conexões ferroviárias aparecem no contexto das “novas Rotas da Seda”,
iniciativa lançada em 2013 pelo presidente chinês, Xi Jinping, com a
esperança de firmar as relações comerciais da China, em particular com a
Europa ocidental.
O trem procedente de Londres continha uísque, refrescos, produtos infantis e remédios destinados ao mercado chinês.
Com
este carregamento de volume limitado, “não falamos exatamente de uma
idade de ouro do comércio sino-britânico”, afirmou Theresa Fallon,
diretora do Centro de Estudos sobre Rússia, Europa e Ásia, em Bruxelas.
Os
trens estarão mais carregados, provavelmente, no trajeto China-Europa
devido ao desequilíbrio comercial entre as duas economias, indicou à
AFP. Com o risco de que a rota da seda seja “em sentido único”.
Segundo
as autoridades de Yiwu, o trem transportou 88 contêineres, muito menos
do que um navio de carga, que pode transportar entre 10 e 20 mil.
Por
enquanto, o retorno do investimento não cobre os gastos estruturais,
segundo um relatório publicado no ano passado pela Oxford Review of
Economic Policy.
Com AFP.
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