O Idec (Instituto de Defesa do Consumidor), além de entrar com uma ação solicitando que a suspensão dos reajustes abranja mais consumidores, acionou a Justiça Federal do Distrito Federal pedindo a proibição da recomposição das mensalidades dos planos de saúde até que a ANS esclareça os fundamentos da medida e abra espaço para a participação dos consumidores na decisão.
A recomposição está prevista para começar a ser cobrada em janeiro de todos os consumidores que tiveram os aumentos suspensos entre setembro e dezembro de 2020. O pagamento está previsto para ocorrer em 12 parcelas ao longo de 2021.
Ela pode significar um aumento exponencial das mensalidades porque, além de voltarem a pagar o valor reajustado (ou anterior à suspensão), os usuários terão de arcar com os valores acumulados, os eventuais aumentos por mudança de faixa etária e, ainda, pelo novo reajuste que deve ser aplicado a partir de maio. Além disso, todos sabemos que no início do ano os gastos familiares são historicamente maiores - e essa sobrecarga pode contribuir para o superendividamento da população.
Antes de cobrar os consumidores, a ANS precisa esclarecer se a recomposição é realmente necessária. Muitos usuários de planos de saúde estão sentindo na pele os efeitos da crise econômica e sanitária, que não tem previsão para acabar. As empresas, por outro lado, têm registrado lucros históricos.
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