De acordo com as investigações do Ministério Publico, entre 2008 e 2013, o Detran transferiu mais de R$ 660 milhões à Seap, por meio de 11 Termos de Cooperação Técnica, sem que houvesse prestação de contas dos valores repassados através de celebração e manutenção dos diferentes convênios firmados, que tinham como objetivo implementar programas vinculados à Seap.
Os servidores do Detran-RJ Sheila Lucy Abel de Mello, Luiz Carlos Costa e
Marco Antônio Soares da Silva foram designados como "gestores" dos
convênios, tendo como principais atribuições a gerência, o acompanhamento e a
fiscalização das cláusulas estabelecidas nos acordos, entre elas a
obrigatoriedade de prestação de contas.
Laudos técnicos produzidos pelo Grupo de Apoio Técnico Especializado
(GATE/MPRJ) atestam, no entanto, que a Seap, além de não ter oferecido nenhuma
contrapartida ao recebimento dos recursos, não apresentou a correta e regular
prestação de contas dos valores, configurando um dano milionário ao erário.
Na ação, que tramita na 5ª Vara de Fazenda Pública da Capital, o MPRJ requer a
devolução ao Detran dos valores corrigidos, no total de R$ 791.033.240,36,
cabendo a cada um os seguintes montantes: Cesar Rubens Monteiro de Carvalho: R$
232.572.742,00; Fernando Avellino Boeschenstein Vieira: R$ 232.572.742,00;
Sheila Lucy Abel de Mello: R$ 232.572.742,00; Luiz Carlos Costa: R$
56.861.866,50; e Marco Antônio Soares da Silva: R$ 36.453.094,90.
O Grupo de Apoio de Acervo-Improbidade, criado para auxiliar as Promotorias de
Justiça de Tutela Coletiva do Patrimônio Público e da Cidadania na redução do
acervo, análise e conclusão de inquéritos civis, faz parte da estrutura da
Subprocuradoria-Geral de Justiça de Atuação Especializada. O grupo teve seu
funcionamento recentemente prorrogado pelo procurador-geral de Justiça, Antonio
José Campos Moreira, a pedido da Subprocuradoria e do Centro de Apoio
Operacional das Promotorias de Justiça de Tutela Coletiva do Patrimônio Público
e da Cidadania (CAO Patrimônio Público e Cidadania/MPRJ).
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