| Foto: corpos estendidos ao chão após serem retiradas por parentes e moradores de área de mata no Complexo da Penha — Reprodução |
A ação, que contou com a participação de 2.500 policiais civis e militares em conjunto com o Ministério Público, terminou com pelo menos 119 pessoas mortas e 113 presos. Sessenta e sete presos foram denunciadas por suspeita de envolvimento com o crime organizado, como associação ao tráfico de drogas e tortura.
Na manhã de hoje, quarta-feira, dia 29 de outubro, mais de 60 corpos foram expostos na Praça São Lucas, após serem retirados por familiares de uma área de mata do Complexo da Penha.
A operação é resultado de investigação sobre as principais lideranças do Comando Vermelho no Complexo da Penha. De acordo com o MP, por estar localizado próximo a vias expressas e ser ponto estratégico para o escoamento de drogas e armamentos, o complexo de favelas se tornou uma das principais bases do projeto expansionista da facção criminosa, especialmente em comunidades da região de Jacarepaguá. A ação vem na sequência da operação realizada pelo MP e pela Polícia Civil no dia 29 de setembro de 2025, contra traficantes da mesma facção que dominam a Gardênia Azul e outras localidades da Zona Oeste.
O denunciado Edgar Alves de Andrade, o Doca, é apontado como a principal liderança do Comando Vermelho no Complexo da Penha e em outras comunidades da Zona Oeste, como Gardênia Azul, César Maia e Juramento — algumas recentemente conquistadas da milícia. Segundo a denúncia, também exercem liderança na associação criminosa Pedro Paulo Guedes, conhecido como Pedro Bala; Carlos Costa Neves, o Gadernal; e Washington Cesar Braga da Silva, o Grandão. Eles emitem ordens sobre a comercialização de drogas, determinam as escalas dos criminosos nas “bocas de fumo” e nos pontos de monitoramento, e ordenam execuções de indivíduos que contrariem seus interesses.
Além deles, foram denunciados 15 homens que exercem funções de gerência do tráfico, responsáveis pela contabilidade, abastecimento e outras funções. Os outros denunciados, segundo a ação penal, atuavam como “soldados”, realizando o monitoramento e a segurança armada. A denúncia foi recebida e os mandados foram expedidos pelo Juízo da 42ª Vara Criminal da Capital.
Desdobramentos
O MPRJ informa que técnicos periciais foram enviados ao Instituto Médico-Legal (IML) para a realização de perícia independente, em conformidade com suas atribuições legais. As informações referentes aos desdobramentos da operação foram encaminhadas pelo Plantão de Monitoramento para a análise da 5ª Promotoria de Justiça de Investigação Penal Especializada do Núcleo Rio de Janeiro.
O procurador-geral de Justiça, Antonio José Campos Moreira, mantém contato permanente com as equipes em atuação e segue em monitoramento contínuo da situação.


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