Rádio Acesa FM VR: Ciquenta e oito anos da revolta das Barcas

segunda-feira, 22 de maio de 2017

Ciquenta e oito anos da revolta das Barcas

Foto: reprodução
Por todos os lados as labaredas lambiam as embarcações... Era uma fogueira de revolta... Fagulhas de uma população dizendo basta.

Este era o  cenário principal de uma rebelião popular, ocorrida em 22 de maio de 1959, contra o serviço de transporte hidroviário que fazia a rota Rio-Niterói e que  ficou conhecida como “A Revolta das Barcas”.

A rebelião, além de seis mortos e 118 feridos resultou na queda dos empresários do Grupo Carreteiro que administravam o serviço.

Com a destruição da frota foi necessário a intervenção federal e a consequente estatização das barcas.

No final da década de 1950, nem se sonhava com a construção da ponte Rio-Niterói e as barcas eram a única maneira de atravessar a baia de Guanabara. Vale lembrar que o Rio de Janeiro era a capital do Brasil nesse período.

Por isso, na época, metade dos cerca de duzentos mil niteroienses, dependiam das barcas para ir trabalhar, estudar e resolver problemas que só eram possíveis serem resolvidos na capital.

O Grupo Carreteiro vivia solicitando apoio financeiro ao governo para cobrir os supostos gastos com a manutenção das barcas. O governo normalmente negava alegando que o grupo prestava falsas informações sobre os gastos.

Havia uma forte suspeita de que a empresa gastava menos da metade do que exigia. Mas a desconfiança nunca foi devidamente investigada.

O serviço que passou a ser oferecido pelo estado era precário e não dava vazão a demanda. E, naquele 22 de maio, a população começou a se aglomerar na rampa de acesso as barcas. Os ânimos foram se acirrando e os atrasos foram o estopim que faltava para aumentar a tensão local.


Para piorar a situação, os fuzileiros navais que tentavam colocar a fila em ordem começaram a agir com violência.

Tomados pela fúria, os usuários das barcas marcharam para o escritório da empresa, a três quilômetros do foco da revolta.  Invadiram a sede e arremessaram  tudo o que era possível arremessar pela janela. No fim...tudo era chamas.

Na parede, antes de partirem, um último ato de desagravo: "Aqui jazem as fortunas do Grupo Carreteiro, acumuladas com o sacrifício do povo."

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