Deputada Flordelis |
Após a realização de seis audiências, quando foram ouvidas cerca de 30 testemunhas e realizados os interrogatórios dos acusados, diante dos sólidos e veementes elementos do gigantesco acervo probatório colhido, o MPRJ manifestou-se no sentido de que sejam levados a júri popular a deputada Flordelis, sua filha Simone dos Santos Rodrigues, sua filha afetiva Marzy Teixeira da Silva, sua neta Rayane dos Santos Oliveira e seu filho afetivo (e ex-genro) André Luiz de Oliveira pelo homicídio triplamente qualificado do Pastor Anderson do Carmo, ocorrido em 16 de junho de 2019.
Na manifestação final do MPRJ, o promotor de Justiça Carlos Gustavo Coelho de Andrade, titular da Promotoria de Justiça junto à 3ª Vara Criminal de Niterói - Tribunal do Júri, pediu, ainda, que Flordelis, Simone, Marzy e André sejam julgadas pelo Tribunal do Júri pela tentativa de homicídio da vítima por envenenamento, levada a cabo entre maio de 2018 e junho de 2019. Pediu, também, que Flordelis e seus filhos Adriano dos Santos Rodrigues e Flávio dos Santos Rodrigues, além de Marcos Siqueira Costa e sua esposa Andrea Santos Maia, sejam levados a júri popular em razão de crimes de uso de documento falso, bem como que Flordelis, Simone, Marzy, André, Rayane, Flávio, Adriano, Marcos e Andrea respondam por crime de associação criminosa armada.
Na manifestação, o MPRJ requereu, ainda, a impronúncia dos réus Lucas (imputação de associação criminosa) e Carlos Ubiraci (da participação no homicídio), considerando que as respectivas imputações não estavam maduras para serem encaminhadas a julgamento perante o Tribunal do Júri - ao contrário das provas exaustivas demonstradas nas mais de 21 mil páginas dos autos com relação aos outros denunciados.
A manifestação relata a complexidade do caso, onde 11 réus são acusados de crimes de tentativa de homicídio, homicídio, associação criminosa e uso de documento falso. Segundo a denúncia, Flordelis foi responsável por arquitetar o homicídio, arregimentar e convencer o executor direto e demais acusados a participarem do crime sob a simulação de ter ocorrido um latrocínio. A deputada também financiou a compra da arma e avisou da chegada da vítima no local em que foi executada, segundo a denúncia.
O motivo do crime, de acordo com as investigações, seria o fato de a vítima manter rigoroso controle das finanças familiares e administrar os conflitos de forma rígida, não permitindo tratamento privilegiado das pessoas mais próximas a Flordelis, em detrimento de outros membros da numerosa família
As condutas dos demais denunciados são descritas em diferentes etapas como no planejamento, incentivo e convencimento para a execução do crime, assim como em tentativas de homicídios anteriores ao fato consumado, pela administração de veneno na comida e bebida da vítima, ao menos seis vezes, sem sucesso, segundo apontaram as investigações.
0 Comentários