Setembro Amarelo: Número de suicídios caem 5% durante a pandemia no Rio

Homens brancos, solteiros e com idades entre 30 e 59 anos são as maiores vítimas

Um levantamento feito pelo Instituto de Segurança Pública (ISP) mostra que o número de suicídios no estado do Rio de Janeiro caiu 5% no primeiro ano de pandemia do coronavírus. A análise contrapõe o período de março de 2019 a fevereiro de 2020 (752 casos) com o de março de 2020 a fevereiro de 2021 (713 casos). Foi verificado ainda que, apesar do declínio no intervalo mais recente, o mês de janeiro de 2021 bateu o recorde mensal da série histórica, que teve início em 2006, com 84 vítimas.

O estudo traçou também um perfil das vítimas. Homens (75%), brancos (52%), com idades entre 30 e 59 anos (54%) representam a maior parte das pessoas que se suicidaram no estado do Rio no primeiro ano de pandemia. Ainda dentro do perfil, destaca-se o nível de escolaridade e estado civil: Ensino Médio completo (33%) e solteiro (50%). Sobre a ocupação, quase 14% das vítimas eram aposentadas. Cerca de 10% eram estudantes, seguidos por desempregados (7,26%) e comerciantes (4,19%).

A capital concentrou 42% dos casos. Os municípios de Niterói, São Gonçalo, Campos e Duque de Caxias, todos com aproximadamente 4%, aparecem logo depois. No Rio de Janeiro, destacam-se os bairros de Copacabana (8%), Campo Grande (7%) e Barra da Tijuca (4%). Com esse levantamento, o ISP tem o intuito de subsidiar o debate sobre a importância da prevenção ao suicídio, ainda mais durante a campanha do Setembro Amarelo.

- Essa é a primeira vez que o ISP se propõe a produzir dados tão específicos sobre as vítimas de suicídio no estado do Rio de Janeiro. Entendemos que é nosso dever municiar, com análises estatísticas, os órgãos governamentais, imprensa e sociedade para que o tema não seja abordado apenas no Setembro Amarelo e para que possamos falar sobre isso da melhor forma, sempre com a preocupação de salvar vidas. Suicídio é um tema que ultrapassa a área da saúde e tem consequências em toda a sociedade - afirma a diretora-presidente do ISP, Marcela Ortiz.