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quinta-feira, 11 de julho de 2013

Centro do Rio se prepara para nova manifestação

Ato de centrais sindicais é por reivindicações trabalhistas. Bancos instalaram tapumes

Hilka Telles , Vania Cunha e Christina Nascimento
Rio - A paralisação marcada para esta quinta-feira em todo o país tem caráter diferente das mobilizações anteriores, que nasceram de forma espontânea e sem líderes, convocadas por meio das redes sociais. O protesto de hoje é organizado pelas centrais sindicais e tem pauta de reivindicações trabalhistas como redução da jornada e melhorias salariais.

Sindicalistas estimam que 15 mil pessoas, no mínimo, participem do ato no Centro do Rio. A concentração será às 15h, na Igreja da Candelária, com passeata até a Cinelândia. Ônibus, trens e metrô funcionarão normalmente. Áreas da prefeitura, Candelária, Cinelândia e Palácio Guanabara terão policiamento reforçado. Lojas e bancos do Centro já instalaram tapumes de proteção para evitar vandalismos.

A CET-Rio informou que montará um esquema especial de trânsito. Recomendou que as pessoas que trabalham no Centro evitem ir de carro, e saiam mais cedo.
Bancos e lojas instalaram tapumes para evitar atos de vandalismo após o protesto
Foto:  Carlo Wrede / Agência O Dia
“Não conseguimos prever o número de participantes. Normalmente, colocamos de dez a 15 mil pessoas nos protestos. São militantes, gente ligada à vida política. Mas a expectativa é que a sociedade nos apoie. Portanto, no Rio, esse evento pode ter 20 mil pessoas, 100 mil ou até mais”, disse o presidente da Nova Central Sindical dos Trabalhadores/RJ, José Sebastião da Silva.
Estudantes
Universitários também estão mobilizados. Os da Uerj decidiram apoiar o ato. “A adesão deve ser grande”, diz David Gomes, do Diretório Central dos Estudantes.
Nas redes sociais, pelo menos quatro comunidades apoiam a manifestação na Candelária. Alguns grupos optaram por se concentrar em locais diferentes: até ontem à noite, 15.600 pessoas disseram que compareceriam à sede da prefeitura, na Cidade Nova, às 14h, de onde sairão em passeata até a Candelária, e ao Largo do Machado, para rumar ao Palácio Guanabara às 17h30.

Sebastião José diz que é difícil estimar público desta quinta: ‘podem participar de R$ 20 mil a R$ 100 mil pessoas’
Foto:  Carlo Wrede / Agência O Dia
Outras cidades aderiram, como Niterói, São Gonçalo, Nova Iguaçu, Duque de Caxias e Campos, além de municípios do Sul Fluminense, como Volta Redonda e Resende. Até em Nova York haverá uma manifestação.
Lojas têm problemas com seguradoras
Os atos de vandalismo das manifestações de junho ainda dão dor de cabeça a comerciantes. Proprietários de lojas na Rua São José, ao lado da Alerj, calculam o prejuízo e esbarram em problemas com as seguradoras. Uma franquia da Havaianas foi incendiada e até hoje está fechada. “Só a obra vai custar R$ 200 mil”, diz o proprietário Tiago Rezende.

Apesar de ter cobertura contra incêndio, Tiago ainda não se entendeu com a seguradora Zurich. Segundo a empresa, ele também precisaria ter contratado a “garantia contra tumulto”.

Segundo Neival Freitas, diretor-executivo da Federação Nacional de Seguros Gerais, lojistas que se sentirem lesados podem pedir nova análise. “O segurado deve conferir o contrato e, se entender que realmente deve ser indenizado, deve entrar em contato com a ouvidoria”.
Vidraças protegidas no Centro para evitar quebra-quebra no fim do dia
Foto:  Carlo Wrede / Agência O Dia
Segundo a Fecomércio, o governo estadual disponibilizou uma linha de créditos para os estabelecimentos depredados. Os comerciantes já começaram a se movimentar, mas os casos ainda estão em processo de análise. “Não há previsão de quando será liberado o primeiro financiamento”, afirmou Julio Bueno, secretário de Desenvolvimento Econômico.
Para o presidente do Clube de Diretores Lojistas do Rio, Aldo Gonçalves, o prejuízo não se resume às depredações: “Com o clima de tensão, o movimento caiu 50%”.
Serviços que vão funcionar
O Sindicato dos Comerciários decidiu aderir à paralisação, mas muitas lojas devem abrir normalmente. Alguns comerciantes na Avenida Rio Branco e redondezas, temendo quebra-quebra, decidiram fechar os estabelecimentos mais cedo hoje e muitos providenciaram tapumes para a fachada.
Dos serviços mais importantes para a população, não param: rodoviários, metroviários (incluindo trens) e médicos. Param: bancários, funcionários da Saúde, Previdência e professores de escolas públicas.
Muitos colégios da rede privada decidiram suspender as aulas por causa da manifestação, como o Santo Inácio.
Estudo divide opiniões

Áreas ligadas à Saúde analisaram medidas anunciadas pelo governo Federal, principalmente o estudo da ampliação do trabalho de universitários no SUS. Em nota, o Conselho Regional de Enfermagem defendeu que a medida pode ser boa para acadêmicos, desde que haja supervisão. “Mas é imprescindível ouvir as direções dos cursos e entidades”, diz a nota.
“O governo não consulta as categorias”, criticou Diego de Faria, presidente do Sindicato dos Fisioterapeutas. Hoje médicos se reúnem para discutir medidas do governo.
Cabral cria comissão para gasto de pessoal
O governador Sérgio Cabral, cujos gastos com o uso de helicóptero estão sendo investigados pelo Ministério Público, decidiu fiscalizar as despesas de pessoal e encargos do Poder Executivo.
Decreto publicado no Diário Oficial do Estado criou a Comissão de Acompanhamento das Despesas de Pessoal. O grupo funcionará com apoio técnico e administrativo da Secretaria de Estado de Planejamento e Gestão e será composto pelos secretários da pasta, da Casa Civil, Fazenda, Governo, além do diretor-presidente do Fundo Único de Previdência do Estado do Rio de Janeiro.
A comissão terá que propor e avaliar iniciativas para contenção de gastos de pessoal, além de apresentar mensalmente ao governador relatório de despesas.
O Palácio Guanabara vai devolver aos Bombeiros o helicóptero de prefixo PP-ECE, que ontem recebeu adesivos e equipamentos para voltar a funcionar em resgate, teria sido usado pelo governador. O Corpo de Bombeiros confirmou que a aeronave retornará para a corporação e que já era usada em ações.

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