/>
O Custo da Negligência: Entenda como a falta de Escolas Contribui Para o Aumento da Criminalidade

O Custo da Negligência: Entenda como a falta de Escolas Contribui Para o Aumento da Criminalidade

Segundo a OCDE, o Brasil investiu, na média dos últimos anos, 5,6% do PIB em educação. Maior que a média de 4.4% dos demais países
O Custo da Negligência: Entenda como a falta de Escolas Contribui Para o Aumento da Criminalidade
O Custo da Negligência: Entenda como a falta de Escolas Contribui Para o Aumento da Criminalidade / Foto: divulgação
Embora em termos percentuais, tenhamos investido em educação mais do que os demais países, em razão de nossa grande população, o investimento é um dos menores em termos “per capta” nos ensinos básico e médio, mas praticamente chegando perto do investimento dos demais, no ensino superior.
De 1962 a 1980, o Brasil teve um dos maiores crescimentos econômicos mundiais, chegando a crescer quase 14% ao ano em 1973. O mundo olhava o Brasil potencialmente como o país do futuro, a próxima potência mundial, o país das oportunidades. Com os sucessivos choques do petróleo, a partir de 1981, tudo desandou aqui.
 
O grande erro histórico do país, penso seja tenha sido negligenciar a formação educacional de nossos jovens; isso, a desagregação das famílias, a péssima distribuição de renda e a epidemia das drogas, fizeram aumentar a criminalidade.
 
A conta é diametralmente oposta. Quanto maior o investimento em escolas e formação educacional, menor é o índice de criminalidade e o encarceramento. A formação educacional de nossos jovens, cria as bases da estruturação econômico social e de todas as diversas áreas, possibilitando o rápido crescimento econômico do país, de forma sustentável, influenciando diretamente no índice de criminalidade.
 
Nós gastamos mais com encarceramento de cada um criminoso, do que com a formação de cada um aluno de curso superior nas Universidades Federais.
 
Aqui, já tivemos escolas públicas de excelência. Eram as melhores e mais bem qualificadas. Porém, eram para servir a elite. Aos pobres restavam as escolas particulares, que não possuíam a mesma qualificação do que as escolas públicas. Isso, em parte, ainda ocorre hoje, no ensino superior, onde as escolas públicas, USP, UFRJ, UNB, dentre outras, são centros de excelência, mas que servem majoritariamente a uma pequena elite e não toda a população, que precisa recorrer ao ensino superior particular.
 
Creio que para construirmos um Brasil seguro, grande e forte, um país com boa formação educacional e intelectual, devemos democratizar o ensino formal, trazendo as periferias, as comunidades às escolas públicas com período integral de qualidade para assim, melhorarmos a renda dos trabalhadores, a fim de formar um país de classe média, educada, com menor risco de marginalização e criminalidade.
 
Nos últimos dois anos, nosso PIB cresceu 3,2% em 2023 e 3,4% em 2024. Crescimento forte, quase chegando perto do crescimento chinês, de 5% em 24. Isso mostra que nós, se distribuirmos renda e apoiarmos nossa juventude que quer crescer, quer estudar e quer empreender, podemos ser um país mais justo, democrático, forte em igualdade social e menos violento com menor índice de criminalidade.
 
O Brasil está doente, na UTI, quanto a criminalidade endêmica. O remédio precisa ser amargo e urgente, na repressão estatal à criminalidade. Aumentar as penas, reduzir os benefícios, mas nada disso enxugará o gelo derretido, da disponibilização diária e ininterrupta dos nossos jovens, à criminalidade. Somente o investimento maciço em educação de qualidade, escola básica, média, em tempo integral, formação profissional e superior gratuita e acessível a todos, poderá modificar a mórbida realidade atual do nosso país, que infelizmente é uma roda viva de criação de jovens soldados para a criminalidade.

Postar um comentário

0 Comentários

Close Menu