Aparelhos de última geração aceleram o progresso e ampliam a autonomia durante o tratamento
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Reabilitação do futuro já começou no Rio: tecnologia acelera a recuperação de pacientes / Foto: divulgação |
Com a ajuda da tecnologia, porém, essa jornada tem se tornado menos árdua e, muitas vezes, mais rápida. Equipamentos modernos vêm sendo incorporados aos tratamentos tradicionais, acelerando a recuperação de pacientes com lesões ortopédicas, neurológicas ou em reabilitação pós-cirúrgica.
No estado do Rio de Janeiro, os casos de AVC, Parkinson, esclerose múltipla e traumas decorrentes de acidentes de trânsito estão entre os principais fatores que demandam reabilitação de longo prazo. Esses quadros exigem terapias especializadas e, muitas vezes, contínuas, o que torna o acesso a tecnologias avançadas ainda mais importante para garantir qualidade no atendimento.
Com passos um pouco mais rápidos e progressão contínua, a reabilitação traz de volta o controle sobre o próprio corpo e ajuda a recuperar a autoestima dos pacientes. Segundo Marcelo Côrrea, coordenador do setor de fisioterapia da Associação Brasileira Beneficente de Reabilitação (ABBR), o avanço tecnológico representa um grande salto para a área, desde que aliado ao olhar clínico e personalizado da equipe de profissionais.
“Nenhuma máquina substitui a expertise do fisioterapeuta na definição de um plano individualizado. Mas os recursos que temos hoje ajudam a alcançar os resultados com mais rapidez e eficiência. Então, quando chegam novas opções no mercado, temos que aprender a aplica-las para ajudar nossos pacientes”, explica.
Localizada na capital carioca, a instituição investiu pesado em aparelhos tecnológicos, incluindo a compra de uma esteira antigravitacional desenvolvida com tecnologia da NASA. O equipamento utiliza uma câmara pressurizada para reduzir o peso corporal do paciente em até 80%, diminuindo o impacto nas articulações durante a caminhada ou corrida. É indicada principalmente na recuperação de fraturas, lesões ortopédicas e condições que afetam a marcha.
Outro recurso inovador é o MOTOmed, um sistema de mobilização motorizada que permite o exercício ativo ou passivo dos membros inferiores e superiores. É especialmente útil para pacientes com mobilidade reduzida ou com comprometimentos neurológicos.
“O processo de reabilitação não está ligado somente a parte física, mas também a psicológica. Muitos pacientes sentem dor e desenvolvem um medo do processo, e a tecnologia chega para diminuir esses efeitos. Quando usamos essas ferramentas para reduzir o peso do paciente ou auxiliar sua movimentação, ele sente uma segurança maior em realizar as atividades, permitindo uma recuperação mais leve e rápida”, explica.
Um dos equipamentos mencionados pelo fisioterapeuta é o Maxi Movi, um elevador de chão motorizado que facilita a movimentação segura de pacientes com dificuldades severas de locomoção. O equipamento permite que um único profissional realize transferências – como da cama para a cadeira ou da cadeira para a esteira – de forma segura e sem esforço físico excessivo.
Além de auxiliar na locomoção, o aparelho é utilizado em exercícios que simulam a marcha ou movimentos como subir e descer escadas. Este e os demais equipamentos são recomendados especialmente em casos de lesões mais graves, e promovem um atendimento mais eficiente sem perder o lado humano.
Para o diretor executivo da instituição, o ortopedista João Grangeiro, o investimento representa um passo para o futuro da reabilitação física e emocional.
"Nosso compromisso é com a recuperação integral do paciente — física, emocional e social. Ao aliar tecnologia de ponta ao cuidado humano, reforçamos o papel da ABBR como referência em reabilitação e como um espaço onde cada pessoa encontra apoio para recomeçar”, finaliza.
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