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Estudo revela que 61% das agressões contra idosos aconteceram dentro de casa

Estudo revela que 61% das agressões contra idosos aconteceram dentro de casa

Segundo Dossiê Pessoa Idosa 2019, dez idosos foram agredidos por dia no estado
No dia do idoso um levantamento traz um resultado desastroso contra a qualidade de vida desta população no país. Os dados apresentam informações sobre os crimes mais comuns ou de maior repercussão praticados contra os idosos: lesão corporal dolosa, ameaça, maus tratos, estelionato, extorsão e homicídio doloso, além de crimes tipificados no Estatuto do Idoso e as mortes sem assistência médica.

As informações foi divulgada pelo Instituto de Segurança Pública (ISP), neste 1º de outubro, na quarta edição do Dossiê Pessoa Idosa.

Crimes acontecem em ambiente familiar

O Dossiê Pessoa Idosa mostrou que, em 2018, foram registradas 4.508 vítimas idosas de ameaça – uma a cada duas horas. 65,9% das ameaças contra vítimas idosas ocorreram dentro de uma residência e 52,8% dos autores eram do convívio das vítimas (filhos, parentes, amigos, vizinhos, companheiros, ex-companheiros, etc). Quanto ao perfil das vítimas, mais da metade era do sexo feminino (55,4%), tinha entre 60 e 69 anos (72,2%) e era da cor branca (59,2%). É possível verificar também que 29,8% das vítimas possuíam baixo nível de escolaridade (não concluíram o ensino fundamental).

Ao analisar as lesões corporais dolosas, o Dossiê mostra que no estado do Rio de Janeiro 3.472 idosos foram agredidos em 2018 (cerca de dez por dia). 61,3% das agressões ocorreram dentro de uma residência e 54,4% dos autores eram do convívio das vítimas. A maioria das vítimas (72,0%) tinha entre 60 e 69 anos, 51,2% eram mulheres e 58,6% da cor branca. 58,6% das vítimas de lesão corporal dolosa não concluíram o ensino fundamental.

Extorsão e estelionato

De acordo com o estudo, os idosos representam 28,3% das vítimas de extorsão e 28,4% de estelionato. Em 2018, 9.881 idosos foram vítimas de estelionato no estado, cerca 27 por dia. Das vítimas idosas de estelionato, 53,7% possuíam entre 60 e 69 anos, 57,3% eram mulheres e 66,8% da cor branca. Quando é analisado o local da ocorrência dos estelionatos, é possível observar que mais de 1/3 das ocorrências (34,2%) tiveram os estabelecimentos financeiros como local do fato.

Quanto às extorsões, foram 452 vítimas idosas desses crime: 64,8% eram mulheres, 68,0% da cor branca e 51,5% tinham entre 60 e 69 anos. Porém, é importante ressaltar que 12,4% das vítimas idosas de extorsão possuíam mais de 80 anos.

Outros olhares

Na seção “Outros olhares” do Dossiê Pessoa Idosa 2019, o artigo de Michele Souza (Fundação Oswaldo Cruz) destaca os avanços no que se refere ao marco normativo e legal de proteção aos idosos, com destaque para o Estatuto do Idoso, tendo como perspectiva os desafios que se mantêm no que tange à efetivação dos direitos preconizados. No artigo de Sandra Rabello, Andreia de Souza e Ana Paula Xavier (Universidade Aberta da Terceira Idade/UERJ), vemos que a demência impacta não apenas o idoso, mas também seus familiares, que acabam se tornando os cuidadores dessa pessoa.

Cristiane Branquinho (Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro) descreve a atuação do MPRJ no combate à violência contra o idoso, além de resultados do Disque 100 (serviço de telefone do Ministério da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos que recebe denúncias de violações de direitos humanos), que mostra que em 2017 o serviço recebeu 33.133 denúncias de violência contra a pessoa idosa. O quarto, e último, artigo é de Sueli Murat (delegada titular da Delegacia Especial de Atendimento à Pessoa da Terceira Idade), que apresenta as atividades da DEAPTI, e mostra o trabalho de conscientização e aproximação realizado pela delegacia, além dos projetos sociais com o foco na diminuição da violência contra o idoso.

As informações divulgadas no Dossiê têm como fonte o banco de dados dos registros de ocorrência da Secretaria de Estado de Polícia Civil.

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