Twitter do Papa tem ‘empate’ de respostas positivas e negativas
O número de respostas positivas às mensagens do Papa Bento XVI no Twitter é levemente maior que as negativas, com insultos e críticas à Igreja Católica pelos escândalos, incluindo a pedofilia de padres, informa a revista italiana Popoli. Segundo a publicação, desde 12 de dezembro, quando o Papa inaugurou a conta @pontifex no Twitter em nove idiomas para divulgar seus pensamentos espirituais, o número de seguidores chegou a 2,5 milhões.
O cálculo da revista, realizado com a
colaboração do instituto italiano de pesquisas sobre a comunicação
digital, Oogo, 270.456 mensagens de resposta foram registradas no
primeiro mês. As mensagens positivas foram 26.426, contra 22.542
consideradas negativas. As demais foram consideradas neutras.
No total, 26% das mensagens negativas
abordavam o tema dos abusos sexuais cometidos por padres, 25% eram
apenas de insultos, 20% criticavam o poder e a riqueza da Igreja, 16%
tinham um tom irônico ou sarcástico, 8,5% denunciavam a posição da
Igreja contrária ao casamento gay e 2,5% eram críticas à fé cristã.
As mensagens positivas, em geral,
repetem os textos do Papa ou contêm frases pronunciadas por Bento XVI em
homilias e encontros públicos (26,5%). Outras são de agradecimento
(25%). Além disso, 15,6% contêm orações por povos que passam por graves
conflitos (Síria, Nigéria, entre outros) e 7,5% abordam temas
relacionados com o ser humano.
Na semana passada, o diretor do canal
católico de televisão TV2000, Dino Boffo, censurou a presença do Papa no
Twitter. “Basta com a embriaguez das redes sociais, mesmo dentro da
Igreja. Permitam-me perguntar: ‘O que tem a ver um pontífice idoso, de
85 anos, teólogo e refinado pensador, com o mundo do Twitter?’”.
Bento XVI convidou na semana passada os
católicos a participar ativamente nas redes sociais, consideradas
vetores de “diálogo” e de “debate”, mas advertiu sobre os riscos de
“sensacionalismo”. Os católicos estão divididos a respeito da ofensiva
da igreja para atuar nos espaços digitais. “Esta é uma realidade cada
vez mais importante e que tem a ver com o modo como as pessoas se
comunicam hoje entre si”, explicou o pontífice alemão.
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