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segunda-feira, 28 de abril de 2014



Brasil tem 30% de suas escolas sem abastecimento de água
Cerca de 60% das 151 mil unidades de ensino na rede pública não tem internet. Mais de 6 mil funcionam sem sequer luz elétrica
O intenso processo de reestruturação da rede escolar, em muitos casos com redução no número de unidades em funcionamento, ocorre em meio a um drama vivido por pais, professores e alunos: a falta de infraestrutura das escolas. Se, nos últimos anos, houve aumento no acesso à energia elétrica e à internet em banda larga, as mudanças ainda estão longe de alcançar os objetivos previstos no Plano Nacional de Educação (PNE). Em toda a rede pública do país, apenas 4,15% das escolas têm todos os itens da infraestrutura adequada descrita pelo PNE. Ou seja, pouco mais de seis mil unidades de um total de mais de 151 mil.
Esses dados fazem parte de um estudo elaborado pelo Movimento Todos Pela Educação. O trabalho demonstra que, entre 2009 e 2013, houve um aumento de apenas 1,09 ponto percentual do número de escolas públicas com todos os itens adequados: água tratada e saneamento básico, energia elétrica, acesso à internet em banda larga de alta velocidade, acessibilidade para pessoas com deficiência, bibliotecas, espaços para práticas esportivas, acesso a bens culturais e à arte e equipamentos e laboratórios de ciências.
Hoje, há mais escolas públicas com acesso à internet do que com saneamento básico: 40,73%, contra 35,78%, respectivamente. As bibliotecas e quadras esportivas estão presentes em menos de 30% delas. Eletricidade atende a 94,60%. Mas 30% dos estabelecimentos não têm abastecimento de água da rede pública ou mesmo filtrada.
Oito mil escolas sem energia elétrica no país
Uma análise dos microdados do Censo da Educação, mostra que mais 8,2 mil escolas do país ainda não têm energia elétrica.
Outras 19 mil unidades de ensino país afora informaram que as crianças consomem água não filtrada. Cerca de oito mil disseram que não contam com o serviço regular de abastecimento. Em Venturosa, a 249 quilômetros do Recife, a seca obriga a prefeitura a enviar caminhões-pipa às escolas. Na Creche Irmão Leonie, 80 crianças de até 5 anos bebem a água sem qualquer filtragem.
União diz repassar recursos a prefeituras
Para o professor da Faculdade de Educação da Universidade de São Paulo, Ocimar Alavarse, os exemplos são preocupantes:
— A legislação obriga a que as crianças estejam em sala de aula, mas as estamos colocando em lugares sem a infraestrutura básica, como água filtrada. Precisamos investir muito mais nas escolas, mas não pode ser qualquer investimento.
O presidente do Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE), Romeu Caputo, reconhece que ainda precisa ser investido mais, mas afirma que o governo federal tem conseguido reduzir os percentuais de unidades sem serviços básicos, repassando recursos às prefeituras para investimento na filtragem da água, por exemplo.

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