Rádio Acesa FM VR: Ambulante recebe apoio de vereadores

sexta-feira, 4 de julho de 2014

Ambulante recebe apoio de vereadores

Uma ação de fiscalização da Secretaria Municipal de Fazenda, que apreendeu produtos vendidos por uma ambulante, na Vila Santa Cecília, antes do jogo Brasil x México, pela Copa do Mundo, no último dia 17, serviu de motivação para novos ataques de vereadores de Volta Redonda à Guarda Municipal, chamada em apoio aos fiscais. A ação foi filmada por populares que postaram pelo menos três vídeos numa rede social. Um deles foi reproduzido na sessão da terça-feira (24).

Patrícia Faria da Silva, de 37 anos, que estava na plateia ao lado de Maria Célia Angélica Neves, outra que já teve produtos apreendidos (chicletes e balas), disse ao  que sabe da proibição da venda ambulante na cidade, mas alegou precisar da atividade parta sobreviver, pois está desempregada. Moradora de Santa Cruz, a mulher disse que também atuou na Vila Santa Cecília no dia da estreia do Brasil na Copa e que não foi reprimida. “Um guarda até comprou refrigerante comigo”, disse a mulher, que admitiu estar vendendo também cerveja, energético e água mineral. No vídeo exibido na Câmara, ela gritou muito, chamando a atenção das pessoas que estavam na Praça Brasil para assistir o jogo no telão montado pela prefeitura.

- Sei que existe uma lei de 2002 (proibindo a venda ambulante), mas preciso trabalhar. Há sete meses fiz uma cirurgia bariátrica e gasto R$ 150 mensais só com medicamentos. Estou desempregada há quase dois anos. Não sei roubar, nem traficar e nem matar, mas posso trabalho e não vou ficar me humilhando pedindo aos outros para pagar minhas contas – disse Patrícia.

Contando que já trabalhou de cobradora, comerciária e despachante numa empreiteira que presta serviços à CSN, de onde alegou que saiu por não ter se adaptado à tarefa, a ambulante garantiu que tem currículos espalhados “por toda a cidade”, tendo feito cursos de solda, serralheria, operadora de empilhadeira, ponte rolante e vigilante. Solteira, sem filhos, Patrícia esteve na Fazenda no dia seguinte à apreensão, onde pagou cerca de R$ 230 de multa e taxa para reaver os produtos apreendidos e, em tom desafiador, disse que voltaria à Vila no sábado, por ocasião do jogo Brasil x Chile: “Sei que estou infringindo a lei, mas tenho que trabalhar, preciso pagar minhas contas”.

Em seguida, ela criticou a prefeitura por considerar que haveria privilegiados, que conseguem licença da secretaria para vender seus produtos em vários pontos da cidade. No celular, mostrou fotos de barracas de churrasquinho, caldo de cana, pizza frita e outros. “Por que uns têm permissão para trabalhar e outros não? Já fui à prefeitura pedir e não consegui. Se todos são iguais perante a lei, os direitos têm que ser iguais”, questionou para depois dizer que, quando é de interesse da prefeitura, os ambulantes não são incomodados.

- Quando é conveniente para eles, como no réveillon na Barreira Cravo, pode tudo, fazem vista grossa. Se bobear, a Guarda – que a meu ver deveria cuidar apenas do patrimônio público – até ajuda a gente a montar barraca – ironizou.

Patrícia alega ainda que a fiscalização e a Guarda Municipal já chegaram apreendendo os produtos e não se sensibilizaram com seus apelos mesmo depois que ela se dispôs a deixar o local. “Não estou defendendo que a cidade vire uma bagunça, mas que a prefeitura organize os eventos, identifique as pessoas e permita que elas trabalhem nestes dias, como é feito no Rio”, sugeriu.

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