Quadrilhas se aproveitam da distração das pessoas durante as compras no meio da rua, capturam a senha do banco e trocam o cartão da vítima pelo de outra pessoa
Neste ano, o carnaval acontece oficialmente só em março, mas isso não impede que diversos blocos tomem as ruas em várias cidades do país já no começo de fevereiro. Infelizmente, esse aquecimento para a festa do rei Momo traz alguns riscos para os foliões menos atentos – assim como durante todo o período do carnaval. Quadrilhas aproveitam as aglomerações e as distrações das pessoas nos eventos ao ar livre para aplicar o golpe da troca do cartão.
Eis como a coisa funciona: o golpista, ou um vendedor ambulante mal intencionado, entrega a maquininha para o cliente digitar a senha do cartão. Ele se aproveita de um momento de distração do comprador, ou usa algum truque e desvia sua atenção, para que a pessoa insira, por engano, a senha no campo destinado ao valor da compra, permitindo que o bandido tenha acesso a essa informação. Ainda aproveitando a falta de atenção do comprador, ele troca o cartão e devolve um similar, muitas vezes do mesmo banco. A troca só é percebida muito tempo depois, em uma nova tentativa de usar o plástico.
Redobrar a atenção ao realizar compras, independentemente do lugar, é a principal forma de evitar ser vítima de golpes como esse. “Fique sempre atento ao seu cartão e confira a devolução. Veja se os números da sua senha estão aparecendo na tela quando você a digita. Isso não pode acontecer. Lembre-se que o campo de senha mostra apenas asteriscos”, alerta Adriano Volpini, diretor da comissão de Prevenção a Fraudes, da FEBRABAN – Federação Brasileira dos Bancos.
Outro golpe comum nesta época do ano é o da dupla operação ou do valor errado. Nele, o bandido finge que o cartão não passou na maquininha e alega um problema qualquer do aparelho. Em seguida, ele pega outro equipamento e cobra novamente o valor. O prejuízo só é percebido quando a vítima olha o extrato do banco.
Em situações como essa, a orientação é sempre pedir e conferir o recibo para ter certeza que a cobrança não foi realizada. “Se algo der errado, é sempre possível pedir para cancelar a operação imediatamente”, explica Volpini.
Para chamar atenção das pessoas sobre os riscos destes e de outros golpes, a FEBRABAN está lançando uma campanha em seus perfis nas redes sociais com vídeos dando dicas de como reconhecer situações suspeitas e de risco e como evitá-las.
Para reduzir os riscos de ser vítima de golpistas, a FEBRABAN destaca as seguintes orientações:
- Nunca empreste ou entregue o seu cartão para ninguém e nunca o perca de vista. Pode haver a troca do cartão sem que você perceba;
- Nunca guarde a senha junto com o cartão. Isso reduz o risco em casos de perda ou roubo.
- Em caso de roubo, perda ou extravio do seu cartão, ligue imediatamente à Central de Atendimento do seu banco e solicite o cancelamento do cartão. Em caso de roubo, registre um B.O. em uma delegacia mais próxima;
- Tome cuidado com esbarrões ou encontros acidentais, que possam levar a perder de vista, temporariamente, o seu cartão magnético. Se isso ocorrer, verifique se o cartão que está em seu poder é realmente o seu. Em caso negativo, ligue imediatamente para o banco e solicite o cancelamento do cartão;
- Ao efetuar pagamentos com seu cartão, não deixe que ele fique longe do seu controle e tome cuidado para que ninguém observe a digitação da sua senha;
- Solicite sempre a via do comprovante de venda e confira o valor impresso da compra;
- Cadastre-se para receber avisos por SMS ou e-mail a cada transação realizada com seu cartão, aumentando, assim, a chance de identificar uma transação fraudulenta;
- Nenhum banco envia alguém até a sua residência para retirar um cartão de débito ou crédito; e
- Quando for destruir um cartão, corte o chip ao meio. Mesmo com o plástico cortado, é possível fazer transações se o chip estiver intacto.
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