Mandetta diz que fica no cargo após, mas saberá que demissão é questão de tempo

Após conversa com o presidente Jair Bolsonaro, nesta segunda-feira, o Ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta, afirmou que continua no cargo.

“Nós vamos continuar. Porque continuando, a gente vai enfrentar o nosso inimigo. O nosso inimigo tem nome e sobrenome: é o Covid-19. Médico não abandona paciente, eu não vou abandonar. Agora as condições de trabalho para os médicos precisam ser para todos. Eu vou tentar trazer as melhores condições para vocês na ponta. E a única coisa que a gente está pedindo é que nós tenhamos o melhor ambiente para trabalhar aqui no Ministério da Saúde. Entendo que foi uma reunião muito produtiva, muito boa, e o governo se reposiciona no sentido de ter mais união, mais foco”.

O Ministério da Saúde atualizou para 13.717 o número de casos confirmados do novo coronavírus no Brasil e 667 o de mortes. A taxa de mortalidade é de 4,9%.

Ontem, eram 12.056 casos e 553 óbitos. O aumento no número de casos é de 13,7% e no mortes, 20,6%.

Apesar de ter sido mantido por Jair Bolsonaro, Luiz Henrique Mandetta sabe que sua demissão no Ministério da Saúde é uma questão de tempo.

Andréia Sadi conta no G1 que, na reunião de ontem com todos os ministros, Mandetta perguntou a Bolsonaro se ele não queria tirá-lo logo do cargo.

Disse que poderia até ajudar o presidente a encontrar um substituto.

Bolsonaro foi demovido da ideia de demissão pela ala militar, que teme um aumento do desgaste do governo no momento de agravamento da epidemia.

Mandetta disse aos ministros que não quer ficar até o fim do governo, mas reiterou que não pedirá demissão agora, no meio da crise do novo coronavírus.

Ainda ontem, o ministro foi levado a uma sala no Planalto para ler um decreto que liberava a cloroquina em maior alcance para tratamento da Covid-19, mas se recusou a assinar o texto.