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2 de janeiro: Dia do Sanitarista

2 de janeiro: Dia do Sanitarista

Especialistas atuam propondo soluções para saúde coletiva e individual

Neste sábado, 2 de janeiro, celebra-se o Dia do Sanitarista, ocasião para reiterar a importância desses profissionais fundamentais para a consolidação e desenvolvimento do Sistema Único de Saúde (SUS). Eles são responsáveis por analisar a saúde pública local e propor soluções para serviços da saúde coletiva e individual. Carlos Chagas e Oswaldo Cruz foram sanitaristas que se tornaram famosos por suas pesquisas científicas de grande impacto social.

Sanitaristas fazem levantamentos de dados de saúde, diagnósticos e vistorias, planejamento de políticas públicas, informes e boletins, entre outras atividades, como ouvidoria, educação popular e comunicação, promoção e informação em saúde. A especialidade passou por muitas transformações e atualmente é caracterizada por ser multiprofissional e interdisciplinar.

A nutricionista Crislene Alambert atua como sanitarista desde 2018, quando ingressou na Superintendência de Atenção Primária à Saúde (SAPS) da Secretaria Estadual de Saúde do Rio de Janeiro (SES), como apoiadora técnica institucional. Seu trabalho é centrado no fortalecimento da Atenção Primária em Saúde (APS), apoiando a prática e o pensamento crítico na gestão e no território, especificamente junto aos coordenadores de APS das Regiões Centro-Sul e Médio Paraíba do estado. Na equipe da SAPS, há outros sanitaristas, com formação em Saúde Pública ou Saúde da Família.

“Escolhi essa carreira, primeiro, pois acredito num SUS potente e resolutivo. Segundo, porque ela considera o ser humano como um ser social. Trabalhamos com os determinantes sociais sem esquecermos da determinação social que indivíduos e os coletivos vivem e estão organizados. Neste sentido, o nosso olhar é na doença, na relação social, na organização territorial, na prevenção, na promoção, na cura e reabilitação”, afirma.

O diferencial e a potência

O sanitarista trabalha com uma perspectiva crítica e humanizadora, buscando se aproximar das realidades do território de atuação, suas peculiaridades e condições de vida, diversidades étnicas, culturais, de gênero, sexual, religiosa e geracional. Para tanto, o diálogo respeitoso e acolhedor é um dos seus instrumentos de trabalho, considerando experiências e saberes e possibilitando a construção de projetos adequados à realidade social e ambiental da população.

Crislene acredita que o diferencial da profissão de sanitarista está na formação: “Somos estimulados a pensar e agir para o coletivo. Realizamos o diagnóstico em saúde, planejamos estratégias e atuações que qualifiquem a rede de atenção e que fortaleçam o SUS. Você pode estar se perguntando, não são feitas ações de cuidado individual? Sim, fazemos e estimulamos que façam, considerando as necessidades e particularidades territoriais, mas as intervenções no coletivo soam como a potência da atuação do sanitarista”.

A formação do sanitarista era apenas através de pós-graduação (especialização, mestrado e doutorado), mas em 2009 universidades brasileiras passaram a oferecer cursos de graduação. Em 2017, a profissão foi reconhecida pelo Ministério do Trabalho (MT) oficialmente, na nova tabela de Classificação Brasileira de Ocupações (CBO), documento que define como atribuições do profissional planejar, coordenar e avaliar ações de saúde; definir estratégias para unidades e/ou programas de saúde; coordenar interfaces com entidades sociais e profissionais. O MT atribui ainda ao sanitarista atividades das áreas de epidemiologia, ciências sociais e políticas públicas de vigilância sanitária.
 
Participação coletiva

A especialista destaca também aspectos como a valorização de todos que fazem parte do processo de produção de saúde – usuários, trabalhadores e gestores. “É importante para o nosso trabalho a criação de vínculos, da responsabilidade compartilhada num trabalho em equipe e da participação coletiva nos processos. Principalmente exercitar a escuta qualificada com quem trabalhamos e assistimos”, esclarece.

Neste momento específico em que o país e o mundo enfrentam a pandemia do coronavírus, o papel do sanitarista se torna ainda mais importante, como a profissional explica: “O modelo hospitalocêntrico tem suas limitações e não observa determinantes e condicionantes de saúde na população, como a formação em saúde pública e coletiva estimulam. Na pandemia, o olhar para a integralidade e fatores que aumentam os riscos para a pandemia fazem parte do diferencial do trabalho do sanitarista”.

O dia 2 de janeiro, portanto, é um dia especial, em que reconhecemos e parabenizamos os nossos sanitaristas, que no passado e hoje fazem a diferença para a Saúde no Brasil.

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