Bom desempenho operacional e financeiro da Light SESA e Light Energia foram os destaques do período, mesmo em meio aos desafios impostos pela pandemia de Covid 19
A melhora operacional da Light SESA e o bom desempenho da Light Energia impactaram diretamente no resultado do EBITDA (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) consolidado da Light, que foi de R$ 974 milhões no 4T20, mais do que o dobro do registrado no 4T19.
O EBITDA da Light SESA aumentou 9,4%, passando de R$ 324 milhões no 4T19 para R$ 354 milhões no 4T20. A distribuidora seguiu reduzindo a provisão de processos judiciais (R$ 45 milhões) e o PMS (R$ 9 milhões). A redução dos processos judiciais está relacionada com a melhor qualidade da prestação do serviço e do atendimento ao consumidor, enquanto a diminuição das despesas com Pessoal, Material e Serviços mostra o esforço efetivo da companhia para otimizar sua estrutura de despesas gerenciáveis.
A Light Energia, por sua vez, teve EBITDA de R$ 608 milhões no 4T20, aumento de R$ 496 milhões em relação ao apresentado no 4T19. O bom desemprenho se deu por causa do reconhecimento de R$ 433,8 milhões, registrados como ativo intangível da repactuação do risco hidrológico (GSF), em função da regulamentação da Agência Nacional de Energia Elétrica (ANEEL).
“A Light encerrou o quarto trimestre de 2020 com avanços significativos no plano de melhoria operacional da Distribuidora e também garantiu bons resultados na Geradora e na Comercializadora”, afirma Nonato Castro, Diretor Presidente da Light.
O indicador PECLD (Perdas Estimadas em Créditos de Liquidação Duvidosa) sobre Receita Operacional Bruta (12 meses) no 4T20 foi de R$ 99 milhões, representando 3,9% da receita bruta. O índice ficou em linha com aquele registrado em setembro/20, refletindo o efeito da expectativa de não-recebimento associada à maior inadimplência verificada durante a pandemia. No ano, o impacto da pandemia no PECLD foi de R$168 milhões.
O indicador de Dívida Líquida/EBITDA encerrou o 4T20 em 1,73x, menor do que no 3T20 (2,40x). A dívida líquida consolidada no final de dezembro de 2020 ficou em R$ 5,478 bilhões, 4,8% abaixo da posição registrada no 3T20, de R$ 5,754 bilhões.
O caixa consolidado encerrou 2020 em R$ 3,090 bilhões, frente a um vencimento de dívida de R$2,285 bilhões até o final de 2021. Em janeiro/21, foi concluído o follow-on da Companhia, em que foi captado R$1,34 bilhão. Esse reforço de caixa adicional permitirá que a Companhia avance ainda mais nas atividades de liability management (gestão de passivos).
A arrecadação total (12 meses) alcançou 95,0% em dezembro/20, em linha com setembro/20 (94,9%) e 2,6 p.p. menor em relação a dezembro/19. Os setores de grandes clientes e poder público impactaram positivamente na redução do indicador, enquanto o varejo permanece refletindo os impactos da pandemia.
Destaques Operacionais
A Light segue investindo na melhoria da gestão e acompanhamento das suas ações de campo. Com isso, a companhia manteve, em dezembro de 2020, os indicadores de Duração Equivalente de Interrupção (DEC) e Frequência Equivalente de Interrupção (FEC) em linha com as melhores e maiores distribuidoras do país.
O DEC, que indica a média de horas que unidades consumidoras ficaram sem energia no período de 12 meses, foi de 7,04 horas no 4T20. Já o FEC, que aponta quantas vezes, em média, unidades consumidoras tiveram interrupção de fornecimento, foi de 4,66x no 4T20. Ambos os indicadores estão abaixo dos limites estabelecidos pela ANEEL.
A perda total de energia sobre a carga fio (12 meses) encerrou o 4T20 em 25,92%, uma redução de 0,07 p.p. em relação ao 3T20. Com relação ao volume de perdas (12 meses), observa-se uma queda de 95 GWh no 4T20 (8.992 GWh), em comparação com o 3T20 (9.087 GWh). O volume de perda total no ano de 2020 apresentou importante redução de 744 GWh, sendo 1.262 GWh na Área de Tratamento Convencional (ATC, nova nomenclatura das Áreas Possíveis).
Estratificando as perdas não-técnicas, que totalizaram 6.532 GWh (12 meses), observamos uma queda na ATC, que passaram a 33% do total (vs. 45% no 4T19), enquanto na Área de Tratamento Especial (ATE, nova nomenclatura da Área de Risco) apresentaram aumento, passando a 67% do total (vs. 55% no 4T19). Em dezembro de 2020, as perdas não-técnicas eram de 2.097 GWh na ATC e de 4.435 GWh na ATE.
As perdas não-técnicas sobre o mercado de baixa tensão (12 meses) encerraram o trimestre em 50,82%.
A carga fio caiu 2,9% em relação ao 4T19, devido, principalmente, à redução da energia transportada para outras concessionárias que fazem fronteira com a Light.
A redução da carga foi acompanhada pelo mercado faturado, que retraiu 2,6%. Excluindo o efeito da redução da carga das concessionárias, o mercado teria crescido 1,0% no 4T20, vs. 4T19. Isso é consequência do aumento de demanda nos segmentos Residencial e Industrial, contrabalançado o Comercial, que ainda segue impactado pelos efeitos da pandemia, com recuperação mais lenta.
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