Os rapazes, extremamente receptivos à minha pessoa, autorizaram a divulgação das fotos e falas. “Nosso lazer, no domingo é aqui. Vai chegar mais gente. Temos até um grupo no Zap. Tiramos fotos e colocamos lá. Pode tirar fotos e publicar.” - Manifestou alegremente Elias, todo paramentado com roupas de borracha. Já o Anderson, outro pescador, igualmente alegre, ao ser indagado, quando falei da contaminação dos peixes reagiu: - “Rapaz, pescar aqui é nosso lazer, nossa alegria. A fritura do peixe mata a contaminação, mata tudo, e ainda tomamos uma cachaça para espantar o vírus. ”- Disse sorrindo com a aprovação dos colegas ao lado.
BIÓLOGO EMOCIONA-SE
“Ao observar as fotos, bate até uma ‘filosofia deleuziana’(cf. Gilles Deleuze). Os afetos alegres, sei lá, podem suplantar toda ‘m. ambiental’. Contudo, fica claro que há uma carga de múltiplos compostos orgânicos, resíduos da cidade e esgoto no local. Não tenho que dizer- não pesque, não coma, pois teria que levar para um laboratório e fazer uma avaliação. ”- Comentou Michel Bastos, biólogo ligado à Equipe Ambiental do MEP, ao avaliar as fotos. Acrescentou ainda – “Sei lá. Até penso que a própria alegria dos sujeitos, talvez nem tenha efeitos na saúde. A ciência pode até trazer um acabrunhamento para as pessoas que pescam." Revelou o pesquisador mestre em zoologia, não escondendo sua emoção diante do impressionante cenário.
Pois é, que situação! Zz.
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