O juiz Alexandre Abrahão Dias Teixeira, titular da 3ª Vara Criminal da Capital, pronunciou nesta segunda-feira (21) o engenheiro Paulo José Arronenzi pelo assassinato da ex-esposa, a juíza Viviane Vieira do Amaral Arronenzi. A magistrada foi morta com diversas facadas na frente das três filhas, na Barra da Tijuca. Ela entregaria as crianças para passarem a noite de Natal com o pai.
A prisão preventiva do engenheiro, que foi detido por guardas municipais ainda no local do crime, foi mantida pelo juiz. De acordo com o magistrado, caso fosse solto, o acusado poderia coagir testemunhas do crime. Ressaltou que o engenheiro tem parentes na Itália e a concessão de liberdade aumenta o risco de uma fuga e permanecer impune ao crime. O engenheiro será submetido a julgamento em sessão plenária do Tribunal do Júri.
Depoimentos
Segundo o depoimento da mãe da juíza, Sara Vieira do Amaral, a vítima e o engenheiro foram casados por 11 anos, período em que os contatos entre ela e a filha foram mais por telefone. O marido a mantinha isolada, assim como as filhas. Em setembro de 2020, Viviane propôs a separação, em razão do comportamento violento do engenheiro. Ele nunca aceitou o divórcio e a juíza foi morar com a mãe. O irmão da juíza, Vinicius, confirmou o comportamento violento do cunhado, acrescentando que ele não assumia financeiramente as despesas da família.
Além dos depoimentos dos parentes e amigos da juíza, consta no processo relatos de testemunhas que presenciaram o crime. Contaram que tiveram a atenção despertada pelo comportamento estranho do engenheiro, que andava de um lado para o outro na calçada, enquanto aguardava a chegada da ex-esposa. Assim que ela desceu do carro com as filhas, foi atacada pelo criminoso. Paulo levava uma mochila, onde guardava outras facas.
De acordo com a decisão do juiz, os indícios sugerem que o crime foi cometido mediante recurso que impossibilitou a defesa da vítima. Alexandre Abrahão também destaca que o crime foi de feminicídio.
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