Fragmentos de ossos e artefatos de data ainda desconhecida apareceram durante intervenções para reparos na tubulação urbana próxima à Igreja da Matriz
Foto: Prefeitura de Angra dos Reis |
– Gostaria de agradecer os profissionais da Cedae, que tiveram a sensibilidade de contatarem de imediato a Secretaria de Cultura e Patrimônio. Nossa Diretora de Patrimônio Histórico e Cultural, Luciana Praça, veio até o local e reuniu, com todo o cuidado e protocolo necessário, os materiais e os colocou em caixas apropriadas. É uma grande descoberta para a terceira cidade mais antiga do país, com 502 anos de fundação – comentou Andrei Lara, secretário de Cultura e Patrimônio.
O Iphan já foi procurado pela equipe da Secretaria de Cultura e Patrimônio e enviará especialistas a Angra dos Reis para dar início às pesquisas sobre os achados. Segundo o secretário, a rua precisará ficar fechada enquanto as escavações continuarem.
– Precisamos continuar com a escavação para, possivelmente, encontrarmos mais partes do esqueleto. Antigamente, muitas pessoas pobres ou escravizadas eram sepultadas ao lado ou em frente às igrejas, locais chamados de adros. Somente depois de muito tempo, foram criadas leis que proibissem essas práticas, a partir de estudos de saúde pública. Era algo comum até o século XIX. A falta de vagas em cemitérios é um problema antigo no país – afirma Luciana Praça, Diretora de Patrimônio Histórico e Cultural.
A areia recolhida na escavação será peneirada para que os profissionais possam procurar mais resquícios de artefatos e ossos. Ainda segundo a historiadora, também era comum enterrar junto aos corpos peças de cerâmica e louças. Para ela, os azulejos encontrados podem ser de alguma obra antiga.
– Será feito o recolhimento completo do achado arqueológico que ficará aqui em Angra dos Reis, para ser exposto futuramente no Museu de Arte Sacra. Mas, primeiramente, virão um arqueólogo e um bioarqueólogo do Iphan para analisarem a ossada e, possivelmente, conseguirem a definição do sexo, idade, etnia e outras informações sobre o ser humano o qual possuía as ossadas. Por enquanto, o material ficará guardado para estudo. A gente vai tentar dar voz a quem não pode falar. Esse é o objetivo – finalizou Luciana.
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