Pesquisa de Economia Bancária da Febraban mostra que nova revisão positiva se deve ao desempenho esperado para a carteira com recursos livres, cuja projeção passou de alta de 13,1%, em junho, para 14%
Pela quinta vez seguida, os bancos elevaram a projeção de alta da carteira de crédito para 2022, passando de expansão de 10,4% para 11,4%, revela a Pesquisa Febraban de Economia Bancária e Expectativas. A melhora das expectativas pode ser atribuída aos bons números da atividade econômica até o momento e também ao efeito esperado de algumas medidas de estímulo implementadas recentemente, como, por exemplo, a ampliação margem do consignado.
A Pesquisa, realizada com 20 bancos entre 10 e 16 de agosto, é feita a cada 45 dias, logo após a divulgação da Ata da reunião do Comitê de Política Monetária (Copom) e reuniu as percepções das instituições financeiras sobre a última Ata e as projeções para o desempenho das carteiras de crédito para o ano corrente e o próximo.
“Mesmo se esperando um ano difícil, em razão de incertezas do cenário interno e externo, as expectativas para a expansão da carteira de crédito têm crescido a cada pesquisa. Avaliamos que os resultados favoráveis se devem à continuidade do processo de normalização da atividade econômica e às surpresas positivas no desempenho da economia neste processo de retomada”, avalia Rubens Sardenberg, diretor de Economia, Regulação Prudencial e Riscos da Federação.
“Este desempenho mostra, dentre outros motivos, a capacidade do setor bancário de manter e ampliar a oferta de crédito, que foi uma das alavancas que permitiu este desempenho positivo da economia em 2022, ano em que se esperava uma evolução menor da atividade econômica”, acrescenta.
O destaque da nova revisão positiva é o desempenho esperado para a carteira com recursos livres, cuja projeção passou de alta de 13,1%, em junho, para 14%, se mantendo como o segmento de maior dinamismo. De acordo com a pesquisa, houve melhora da perspectiva tanto na carteira Pessoa Física (de 13,5% para 15,3%) quanto na de Pessoa Jurídica (de 12,4% para 13,0%), que tendem a se beneficiar mais do nível de atividade e consumo das famílias mais aquecido.
Sardenberg também destaca que a pesquisa detectou que a maioria dos participantes (73,7%) espera alguma acomodação do atual ritmo de expansão (nominal) da carteira até o fim do ano, porém de maneira modesta, mantendo o crescimento do crédito elevado em 2022, que deve ficar entre 12% e 15%.
Outro resultado positivo observado nesta edição da pesquisa foi a pequena melhora em relação à inadimplência da carteira livre, passando de 4,0% na pesquisa de junho para os atuais 3,8%. A estimativa é de que a taxa apenas retorne para o patamar pré-pandemia (3,8% em fevereiro de 2020), sinalizando ainda não haver grandes preocupações com o tema. Espera-se, assim, uma alta em relação aos patamares atuais, mas dentro de um cenário de normalização da economia e do mercado de crédito.
Por outro lado, a projeção da carteira com recursos direcionados foi revisada para baixo, de alta de 7,1% para 6,9%. O resultado foi puxado pela revisão da carteira Pessoa Jurídica, de alta de 1,9% para 0,2%, e, em menor medida, da carteira Pessoa Física (de 10,8% para 10,5%).
A nova rodada do Pronampe (Programa Nacional de Apoio às Microempresas e Empresas de Pequeno Porte), que vem apresentando números expressivos já nas primeiras semanas, contudo, pode elevar as projeções da carteira Pessoa Jurídica. No caso da carteira Pessoa Física, parece um efeito do movimento de alta da Selic sobre o imobiliário, que dá sinais de desaceleração.
A pesquisa mostra que, para 2023, a média das projeções para a expansão da carteira total ficou praticamente estável, em 6,9% (ante 7,0%). A projeção para a carteira com recursos livres caiu de uma alta de 8,7% para 8,4%, enquanto a da carteira direcionada recuou de 4,9% para 4,7%. O resultado pode ser entendido como um efeito da Selic mais alta em boa parte do ano, além da redução das projeções para a expansão do PIB em 2023.
Selic
A Pesquisa FEBRABAN de Economia Bancária e Expectativas mostrou que a maioria dos participantes (60%) entendeu como adequada a sinalização do fim do ciclo de alta da Selic pelo Copom. Para outros 35%, o colegiado não deveria ter feito tal sinalização, já que as projeções estão acima da meta, podendo levar a uma maior desancoragem das expectativas.
Sobre o trecho da ata que indica a avaliação de um ajuste residual na Selic na reunião de setembro, a maioria dos participantes (65%) afirmou que o comentário não alterou suas expectativas, com a maior parte (55%) mantendo a projeção de uma taxa final de 13,75% ao ano.
Quanto ao início da flexibilização monetária, a metade dos participantes aguarda que isto ocorra a partir do 2º trimestre de 2023, enquanto a outra metade acredita que o início da queda da Selic deve ocorrer apenas a partir do 3º trimestre.
PIB
A projeção da área econômica projeta PIB (Produto Interno Bruto) de 2,5% para 2022.
Já, de acordo com pesquisa feita com os bancos, em relação ao desempenho do PIB neste 2º semestre, a maioria (55%) espera desaceleração gradual, com o crescimento da atividade econômica ficando entre 1,5% e 2,0% em 2022. Os demais (45,0%) respondentes projetam uma desaceleração menos intensa que o consenso, com o crescimento do PIB superando 2,0% no ano.
EUA
Quanto ao desempenho esperado para a atividade econômica nos EUA, a maioria (65%) entende que uma desaceleração é inevitável, mas sem uma queda agressiva. Além disso, conforme a avaliação destes especialistas, as revisões para baixo do PIB norte-americano já estão relativamente precificadas pelo mercado.
Câmbio
Para o câmbio, a expectativa dos participantes é de que se mantenha na faixa de R$/US$ 5,20 a 5,25 até o início do próximo ano.
A Pesquisa, realizada com 20 bancos entre 10 e 16 de agosto, é feita a cada 45 dias, logo após a divulgação da Ata da reunião do Comitê de Política Monetária (Copom) e reuniu as percepções das instituições financeiras sobre a última Ata e as projeções para o desempenho das carteiras de crédito para o ano corrente e o próximo.
“Mesmo se esperando um ano difícil, em razão de incertezas do cenário interno e externo, as expectativas para a expansão da carteira de crédito têm crescido a cada pesquisa. Avaliamos que os resultados favoráveis se devem à continuidade do processo de normalização da atividade econômica e às surpresas positivas no desempenho da economia neste processo de retomada”, avalia Rubens Sardenberg, diretor de Economia, Regulação Prudencial e Riscos da Federação.
“Este desempenho mostra, dentre outros motivos, a capacidade do setor bancário de manter e ampliar a oferta de crédito, que foi uma das alavancas que permitiu este desempenho positivo da economia em 2022, ano em que se esperava uma evolução menor da atividade econômica”, acrescenta.
O destaque da nova revisão positiva é o desempenho esperado para a carteira com recursos livres, cuja projeção passou de alta de 13,1%, em junho, para 14%, se mantendo como o segmento de maior dinamismo. De acordo com a pesquisa, houve melhora da perspectiva tanto na carteira Pessoa Física (de 13,5% para 15,3%) quanto na de Pessoa Jurídica (de 12,4% para 13,0%), que tendem a se beneficiar mais do nível de atividade e consumo das famílias mais aquecido.
Sardenberg também destaca que a pesquisa detectou que a maioria dos participantes (73,7%) espera alguma acomodação do atual ritmo de expansão (nominal) da carteira até o fim do ano, porém de maneira modesta, mantendo o crescimento do crédito elevado em 2022, que deve ficar entre 12% e 15%.
Outro resultado positivo observado nesta edição da pesquisa foi a pequena melhora em relação à inadimplência da carteira livre, passando de 4,0% na pesquisa de junho para os atuais 3,8%. A estimativa é de que a taxa apenas retorne para o patamar pré-pandemia (3,8% em fevereiro de 2020), sinalizando ainda não haver grandes preocupações com o tema. Espera-se, assim, uma alta em relação aos patamares atuais, mas dentro de um cenário de normalização da economia e do mercado de crédito.
Por outro lado, a projeção da carteira com recursos direcionados foi revisada para baixo, de alta de 7,1% para 6,9%. O resultado foi puxado pela revisão da carteira Pessoa Jurídica, de alta de 1,9% para 0,2%, e, em menor medida, da carteira Pessoa Física (de 10,8% para 10,5%).
A nova rodada do Pronampe (Programa Nacional de Apoio às Microempresas e Empresas de Pequeno Porte), que vem apresentando números expressivos já nas primeiras semanas, contudo, pode elevar as projeções da carteira Pessoa Jurídica. No caso da carteira Pessoa Física, parece um efeito do movimento de alta da Selic sobre o imobiliário, que dá sinais de desaceleração.
A pesquisa mostra que, para 2023, a média das projeções para a expansão da carteira total ficou praticamente estável, em 6,9% (ante 7,0%). A projeção para a carteira com recursos livres caiu de uma alta de 8,7% para 8,4%, enquanto a da carteira direcionada recuou de 4,9% para 4,7%. O resultado pode ser entendido como um efeito da Selic mais alta em boa parte do ano, além da redução das projeções para a expansão do PIB em 2023.
Selic
A Pesquisa FEBRABAN de Economia Bancária e Expectativas mostrou que a maioria dos participantes (60%) entendeu como adequada a sinalização do fim do ciclo de alta da Selic pelo Copom. Para outros 35%, o colegiado não deveria ter feito tal sinalização, já que as projeções estão acima da meta, podendo levar a uma maior desancoragem das expectativas.
Sobre o trecho da ata que indica a avaliação de um ajuste residual na Selic na reunião de setembro, a maioria dos participantes (65%) afirmou que o comentário não alterou suas expectativas, com a maior parte (55%) mantendo a projeção de uma taxa final de 13,75% ao ano.
Quanto ao início da flexibilização monetária, a metade dos participantes aguarda que isto ocorra a partir do 2º trimestre de 2023, enquanto a outra metade acredita que o início da queda da Selic deve ocorrer apenas a partir do 3º trimestre.
PIB
A projeção da área econômica projeta PIB (Produto Interno Bruto) de 2,5% para 2022.
Já, de acordo com pesquisa feita com os bancos, em relação ao desempenho do PIB neste 2º semestre, a maioria (55%) espera desaceleração gradual, com o crescimento da atividade econômica ficando entre 1,5% e 2,0% em 2022. Os demais (45,0%) respondentes projetam uma desaceleração menos intensa que o consenso, com o crescimento do PIB superando 2,0% no ano.
EUA
Quanto ao desempenho esperado para a atividade econômica nos EUA, a maioria (65%) entende que uma desaceleração é inevitável, mas sem uma queda agressiva. Além disso, conforme a avaliação destes especialistas, as revisões para baixo do PIB norte-americano já estão relativamente precificadas pelo mercado.
Câmbio
Para o câmbio, a expectativa dos participantes é de que se mantenha na faixa de R$/US$ 5,20 a 5,25 até o início do próximo ano.
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