A justiça manteve a prisão
preventiva da delegada Adriana Belém. Ela foi denunciada na Operação
Calígula, que investiga organização criminosa que explora jogos de azar,
integrada pelo bicheiro Rogério de Andrade e o ex-policial militar
Ronnie Lessa, acusado pela morte de Marielle Franco e Anderson Gomes.
De
acordo com a denúncia, Belém e outros agentes públicos solicitaram e
receberam vantagens indevidas para retardar operações ou negligenciar
atos de ofício, favorecendo as atividades criminosas cometidas pelo
grupo. O pedido de revogação da prisão apresentado pela defesa foi
negado já que, desde maio, quando a delegada foi presa, não surgiram
fatos novos que justificassem nova análise, e os motivos que
fundamentaram a custódia seguem inalterados.
"Com a devida
vênia, não assiste razão à culta defesa. Quanto aos requisitos da
custódia cautelar, de acordo com pacífica jurisprudência, ‘o reexame
periódico da manutenção da prisão cautelar é balizado pela ocorrência ou
não de modificação nas circunstâncias fáticas que subsidiaram, na
primeira oportunidade, a adoção da medida’", destaca a decisão.
O
texto também recorda que agentes encontraram em operação de busca e
apreensão quase R$ 2 milhões de reais na casa da delegada, e que as
provas apresentadas indicam caso grave de corrupção passiva e lavagem de
dinheiro, envolvendo a liberação de máquinas caça-níquel para os
contraventores.
"Neste cenário, o juízo concluiu que o
gigantesco valor em espécie arrecadado na posse da acusada, que é
Delegada de Polícia do Estado do Rio de Janeiro, aliados gravíssimos
fatos ventilados na presente ação penal expõem sérios e sólidos
indicativos de que a ré apresenta um grau de comprometimento exacerbado
com a organização criminosa e/ou com a prática de atividade corruptiva
(capaz de gerar vantagens que correspondem a cifras milionárias)",
concluiu.
0 Comentários