Ação tem como objetivo cumprir 88 mandados de prisão e 97 de busca e apreensão, sendo seis de adolescente
Policiais civis de Volta Redonda, comandados pelo delegado Luiz Jorge Rodriguez deflagraram na manhã desta segunda-feira (19) uma grande operação em diversos bairros da cidade. Segundo delegado, o objetivo é cumprir 88 mandados de prisão, seis de busca e apreensão de adolescentes e outros 91 também de busca e apreensão.A operação é uma das maiores realizadas na cidade nos últimos anos em número de ordens judiciais a serem cumpridas. Participam policiais de várias delegacias da região. Os policiais estão em ação em diversos bairros, como Açude, Padre Josimo, Jardim Belmonte e Siderlândia.
Aém de Volta Redonda, a megaoperação atinge as cidades de Barra Mansa, na Região do Médio Paraíba, e em Angra
dos Reis, na Costa Verde. As operações são intituladas como "Cana Brava" e "Kautar" para prender integrantes de quadrilhas que atuam no Rio de Janeiro.
Cerca
de 150 policiais civis e 70 viaturas de diversas delegacias
participam da ação, que tem apoio dos 7° e 4° departamentos de
Polícia de Área; Departamento-Geral de Polícia da Capital (DGPC) e
Coordenadoria de Recursos Especiais (CORE).
As
investigações identificaram que um traficante é apontado como chefe de
pontos de vendas de drogas, principalmente no bairro Jardim Belmonte, em
Volta Redonda, onde conta com um grupo de criminosos fortemente
armados. Por meio de um trabalho de inteligência e monitoramento, os
agentes registraram imagens dos bandidos atuando perto de uma escola
pública. Os policiais constataram, ainda, que a liderança dos
traficantes também mantinha outros três pontos de venda de entorpecente
naquela região.
Traficantes ordenam invasões de moradores para dificultar ações policiais
Com
o decorrer das investigações e diligências, moradores de Jardim
Belmonte, Vale do Paraíba e Padre Josimo, em Volta Redonda, começaram a
invadir áreas no entorno dessas regiões e que davam acesso aos
principais pontos de venda de entorpecente naqueles bairros.
Os
agentes constataram que as ocupações foram coordenadas e ordenadas pelo
chefe do tráfico de drogas da localidade, com o objetivo de criar uma
barreira que impediria ou retardaria a entrada de policiais nas
comunidades.
De acordo com as
investigações, os moradores que invadiam as regiões eram escolhidos e
alinhados com a organização criminosa e deveriam construir barracos
visando passar a imagem de que já havia pessoas ocupando a área.
Os
policiais também descobriram que os traficantes pretendiam invadir
outros bairros para ampliar seu território. Para isso, estavam
investindo na compra de armamento, como fuzis e granadas.
Tráfico lucra cerca de R$ 20 milhões
As
investigações revelaram que o tráfico de drogas na região movimentou,
entre 2020 e 2021, cerca de 350 quilos de cocaína, gerando um lucro ao
final da compra de aproximadamente R$ 20 milhões.
A
organização também contava com uma advogada, que exercia a função de
braço jurídico da facção, e comparecia à delegacia a mando do chefe do
tráfico de drogas para coagir ou impedir que presos ou testemunhas
revelassem alguma informação que poderia ir de encontro aos interesses
da facção.
Expulsão de família de policial penal
Uma
das ações mais recentes da organização criminosa foi a expulsão da
família de um policial penal do estado de São Paulo, no dia 26 de
novembro deste ano. Na ocasião, ele entrou em confronto com traficantes
do bairro Jardim Belmonte para defender seu irmão.
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