O time de ginástica artística do Brasil fez um feito inédito nesta terça-feira, dia 30, nos jogos Olímpicos de Paris 2024. As cinco atletas conseguiram subir ao pódio recebendo a medalha de bronze.
Com nota 164.497, Rebeca Andrade, Flavia Saraiva, Jade Barbosa, Lorrane Oliveira e Julia Soares escreveram seus nomes na história olímpica, conquistaram o mais valioso dos bronzes, a primeira medalha por equipes da ginástica artística brasileira, no feminino. Ficaram atrás apenas dos Estados Unidos, com 171.296, e da Itália, com 165.494.
O bronze sela a quarta edição olímpica seguida com o país no pódio. Agora são sete medalhas. A primeira foi o ouro de Arthur Zanetti nas argolas em Londres 2012. Na Rio 2016 foram três: prata para Zanetti novamente nas argolas, e prata e bronze no solo masculino com Diego Hypolito e Artur Nory, respectivamente. Em Tóquio 2020, Rebeca Andrade quebrou o tabu da ginástica feminina com ouro no salto e prata no individual geral. Esta foi a quarta medalha do Time Brasil em Paris.
O país já conquistou prata com William Lima, no judô, e bronzes com Larissa Pimenta, também no judô, e Rayssa Leal, no skate street. "Fiquei muito feliz, eu não consegui conter o choro, eu chorei muito, porque a gente sabe o quanto cada uma trabalha, o quanto cada uma se dedica todos os dias nos treinos... Ver essa medalha aqui no nosso peito é gratificante", disse Julia.
E vem mais por aí: o Brasil está ainda em outras cinco finais na ginástica artística. Rebeca e Julia estão na final na trave, e Rebeca e Flavinha na do individual geral. A campeã olímpica ainda defenderá o título no salto e disputará o solo. No masculino, Diogo Soares compete na final do individual geral.
Acidente com Flávia e aparelhos mais desafiadores dão susto Medalhista de prata no último mundial e quarta colocada geral na classificatória, a equipe feminina disputou a final contra Estados Unidos, Itália, China, Japão, Canadá, Grã-Bretanha e Romênia.
Começou a primeira rotação junto às chinesas nas barras assimétricas, aparelho mais desafiador para o grupo. Logo no aquecimento, um susto. Flávia Saraiva sofreu uma queda e bateu com o rosto na barra, abrindo o supercílio. Apesar de sair andando normalmente, deixou a arena para receber um curativo da médica do COB, Lara Ramalho. "Graças a Deus a gente conseguiu terminar a competição inteira. Eu dei o sangue, literalmente, e o resultado veio e eu estou muito feliz de ter conquistado essa medalha por equipe. Eu falo para todo mundo que competir por equipe é a melhor competição que tem, principalmente para mim, que me sinto muito abraçada pela minha equipe. A gente se ama muito, a gente sabe o quanto uma luta pela outra e a gente trabalha muito todos os dias para ter o nosso melhor resultado", disse Flavia.
Lorrane foi a primeira a se apresentar e quebrou o gelo, tendo apenas um leve desequilíbrio na aterrissagem. Recebeu nota 13.000. Na sequência, muita expectativa sobre Flavinha devido ao incidente no aquecimento. Ela não decepcionou. Foi precisa nos movimentos e levou 13.666 dos jurados. No único aparelho em que não foi finalista, Rebeca Andrade não cometeu falhas e recebeu 14.533. Com 41.199, a equipe terminou a rotação em quinto na classificação, atrás de EUA, China, Itália e Canadá. Na sequência, a trave.
Primeira a competir, Julia Soares infelizmente sofreu uma queda e foi penalizada, ficando com 12.400. Flavinha foi a segunda a executar a série e teve um desequilíbrio leve, sem maior comprometimento, e recebeu 13.433. O Brasil ainda protocolou um protesto pela nota de dificuldade, mas não foi atendido. Rebeca novamente fechou a sequência. Teve um desequilíbrio no meio da série, mas se recuperou e cravou a saída. Os 14.133 que recebeu levaram o Brasil a 81.165 no somatório, a sexta soma no geral.
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