Após 28 anos, o Brasil volta a ter uma dupla no lugar mais alto do pódio feminino da modalidade em Jogos Olímpicos
Duda e Ana Patricia conquistam a medalha de ouro na final olímpica. Foto: Luiza Moraes/COB |
Eduarda Santos Lisboa e Ana Patrícia Ramos se tornaram a segunda dupla feminina brasileira a subir ao lugar mais alto do pódio na história dos Jogos Olímpicos. Agora, elas se juntam a Jackie Silva e Sandra Pires, campeãs em Atlanta 1996. Campeãs de tudo (Jogos Olímpicos da Juventude, Mundial, Jogos Pan-americanos), Duda e Ana, 28 anos depois da primeira conquista brasileira, somam o ouro olímpico a sua vitoriosa carreira.
"É o último jogo da Olimpíada então tentei, busquei, começaram em mim, eu não consegui virar, Patrícia começou a vibrar, depois o jogo passou pra ela, teve dificuldade e eu falei "a gente tem que fazer alguma coisa diferente, vamos gritar, vamos vibrar, vamos tirar porque é nosso único momento aqui, os últimos pontos que a gente vai viver". Espero viver novamente, mas é único, é um momento único então tem que vibrar, tem que comemorar, tem que viver, tem que sentir e deu certo", disse Duda.
Para chegar a esse topo, as brasileiras tiveram um jogo duro nesta sexta-feira, decidido na tensão do time-break. As duas equipes, inclusive, reeditaram o confronto da final dos Jogos Pan-americanos Santiago 2023. Na oportunidade, Duda e Ana Patrícia venceram as canadenses por 2 sets 0 para conquistarem o ouro da competição continental. No confronto desta sexta, a história se repetiu, com vitória das brasileiras na final olímpica.
O JOGO
Os primeiros pontos da partida demonstraram o equilíbrio dos dois times, mas as canadenses passaram a pressionar no saque e as brasileiras não conseguiram efetividade em seus ataques. As adversárias abriram seis pontos de vantagem (2 a 8) e Duda e Ana pediram tempo. Na sequência, o jogo se equilibrou e dois bloqueios seguidos de Ana Patrícia colocaram as brasileiras de volta na partida. Elas encostaram, viraram o placar (18 a 17) e o duelo ficou lá e cá, ponto a ponto. Mas Duda e Ana Patrícia foram mais eficientes e fecharam o primeiro set em 26 a 24.
Na segunda parcial, a partida continuou equilibrada até a metade do set, quando as canadenses se aproveitaram de uma leve instabilidade brasileira para tirarem uma vantagem de quatro pontos (11 a 15). Novamente, Duda e Ana pediram tempo para se reorganizarem, mas o time canadense aumentou o seu volume defensivo e a efetividade nos contra-ataques para abrirem distância no placar. As adversárias administraram o set e fecharam a parcial em 21 a 12.
Aí veio a tensão do tie-break, o set decisivo. As brasileiras começaram mais atentas e agressivas para pressionar o outro lado. Duda e Ana conseguiram abrir uma vantagem de três pontos (7 a 4) e, ponto a ponto, foram construindo uma distância no placar. As brasileiras se impuseram e num ataque de Ana Patrícia fizeram 15 a 10, 2 sets a 1 para se consagrarem campeãs olímpicas.
"Muita coisa passando na cabeça, mas acho que o que a gente pode falar é que é uma realização que não cabe dentro da gente. É para isso que a gente trabalhou todo esse tempo que a gente vem trabalhando e que bom que a gente conseguiu realizar e ter esse privilégio de ser aqui nesse estádio tão icônico", disse Ana Patrícia.
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