Morreu nesta segunda-feira (12), em São Paulo, aos 96 anos, Antonio Delfim Netto. O economista esteve à frente da economia brasileira no período da ditadura militar conhecido como "Milagre Econômico", mas também deixou o um país com uma dívida externa elevadíssima, inflação em alta e perda de renda da população mais pobre do país.
Chegou ao cargo com 38 anos, em 1967. Foi o chefe da economia durante os governos de Artur da Costa e Silva e Emílio Médici, e um dos signatários do Ato Institucional número 5 (AI-5) em 1968, no pior período da ditadura. Deixou o posto em 1974, como o mais longevo na função.
De 1975 a 1978 foi embaixador do Brasil na França. Após sua volta ao país foi ministro, também, da Agricultura e, depois, do Planejamento, de 1979 até 1985, no governo de João Batista Figueiredo.
Em 1987, foi eleito deputado federal pela primeira vez. Ficou no cargo até 2007. No meio tempo, deu uma guinada para se afastar da pecha de ministro da ditadura. Em 2002 e em 2006, declarou apoio ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), e se tornou um de seus conselheiros quando o assunto era a economia.
Por sua influência em Brasília, aliada à forte presença acadêmica como professor da Faculdade de Economia, Administração, Contabilidade e Atuária da Universidade de São Paulo (FEA-USP), tornou-se um mentor para parte de seus alunos e colegas, além de requisitado analista.A Febraban presta sua homenagem ao economista Antonio Delfin Netto que foi, ao longo de mais de meio século, uma referência de lucidez econômica e exemplo de homem público. Ex-ministro e ex-deputado-federal, Delfin soube cultivar e incentivar o diálogo, transitando de forma construtiva em todos os espectros políticos.
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