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Setembro Verde: mãe e filha unidas pelo amor após transplante de rim

Setembro Verde: mãe e filha unidas pelo amor após transplante de rim

Jovem de 21 anos teve a vida salva após receber o órgão da mãe. Somente no mês de agosto, foram realizados 44 transplantes de rim em todo o estado do Rio de Janeiro
Setembro Verde: mãe e filha unidas pelo amor após transplante de rim
Cento e vinte e cinco transplantes de órgãos e tecidos foram realizados no Rio de Janeiro no mês de agosto, sendo o de rim o mais comum, com 44 procedimentos.  Em agosto do ano passado, foram 30 rins transplantados. A jovem Evelyn Gomes, 21 anos, comemora vida nova após receber o rim da mãe, Ana Cristina, de 47 anos.  Neste  mês, conhecido como Setembro Verde, a conscientização sobre a importância da doação de órgãos é reforçada em todo o país.

“A doação de órgãos é um ato de amor absurdo e só depende do sim de alguém. Antes do transplante, eu tinha restrições até para beber água, que eu sempre amei. O transplante foi uma libertação. Hoje, consigo sair com os meus amigos e até fazer estágio”, comemora Evelyn, que realizou  sessões de hemodiálise por quase dois anos, enquanto aguardava um novo rim.

Um susto também para a sua família que nunca suspeitou que Evelyn pudesse ter um problema renal tão grave. “Eu nem sabia o que era uma hemodiálise. Não conseguia vê-la na máquina durante as sessões. Foi um privilégio enorme quando descobri que eu poderia ser doadora porque temos o mesmo tipo sanguíneo”, lembra Ana Cristina, que tem mais 2 filhos.  

Mãe e filha foram internadas juntas no dia 5 de maio do ano passado, mas voltaram a se encontrar somente após 10 dias, já que Evelyn estava no CTI. “Logo de início, o rim não funcionou. Vivi a incerteza sem saber se tudo tinha dado certo. Também tinha muito medo quando pensava na minha mãe. E se ela tivesse algum problema? E se não conseguisse viver com apenas um rim? Quando nos encontramos, e vi que ela estava bem, tirei um peso do meu coração”, emociona-se Evelyn. Ao lado da filha, Ana Cristina lembra que tinha apenas certezas em relação ao transplante. “As minhas cicatrizes hoje são de vitórias, de superação e de amor. Se tivesse que doar novamente, não pensaria duas vezes”.
 
Somente no primeiro semestre deste ano, o RJ Transplantes registrou um aumento de mais de 25% em procedimentos em relação ao mesmo período do ano passado. No primeiro semestre deste ano, foram realizados 486 transplantes  em comparação aos 390 procedimentos de 2023.  

“O caso de Evelyn e Ana Cristina foi um transplante de órgãos realizado intervivos. No estado do Rio de Janeiro, com total apoio da Secretaria de Estado de Saúde, aumentamos a qualificação das equipes das Comissões Intra Hospitalares de Doação de Órgãos. Pesquisamos como era feito em outros estados e até em outros países e constatamos que o diferencial é humanizar a doação de órgãos. A partir daí, passamos a capacitar os nossos profissionais para que eles possam prestar um melhor acolhimento à família. A doação é uma consequência do acolhimento. Na maioria das vezes, o parente doa o órgão de um familiar que acabou de falecer, então, estamos falando de alguém que  está ajudando a salvar a vida de um desconhecido em um momento de perda. É um ato solidário que precisa ser valorizado”, explica o coordenador do RJ Transplantes, Alexandre Cauduro.

Foto: Maurício Bazilio

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