Na decisão divulgada pelo Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro (TJ-RJ), o juiz Marco Aurélio da Silva Adania entendeu que a prisão merece ser mantida "para garantir a ordem pública", a aplicação da lei e o andamento do processo, já que "testemunhas/vítimas, por certo, sentir-se-ão amedrontadas em prestar depoimento estando este em liberdade".
O suspeito foi preso em flagrante na tarde de terça-feira (17), no distrito de Conservatória, durante uma operação conjunta da Polícia Militar, 2ª Unidade de Polícia Ambiental, delegacia de Valença, Delegacia de Proteção ao Meio Ambiente (DPMA) e Instituto Estadual Ambiente (Inea).
Uma imagem de uma câmera de segurança flagrou o momento em que ele coloca fogo em um trecho da Serra da Beleza por volta das 18h10 de quarta-feira (11). O incêndio só foi controlado e extinto na segunda-feira (16), de acordo com o Inea. O vídeo ajudou os policiais a identificarem o autor.
Segundo consta na ata de audiência, além de destruir uma área equivalente a 2.300 campos de futebol de flora nativa e de preservação ambiental, o incêndio provocado pelo suspeito ainda matou "uma infinidade de animais" queimados ou intoxicados pela fumaça e destruiu uma casa e um casarão, causando um prejuízo de aproximadamente R$ 1 milhão ao proprietário.
Danos causados pelo fogo
Além de flora e fauna, o incêndio também destruiu uma casa desenhada em 1930 pelo arquiteto Lúcio Costa, que projetou o Plano Piloto de Brasília. Ninguém ficou ferido.
A casa pertence a uma pousada. O fogo destruiu praticamente toda o imóvel, que guardava características originais. De toda a construção, restou apenas um cômodo.
Ainda em Valença, além da Monumento Natural Estadual da Serra da Beleza, o Quilombo São José da Serra e o Parque Estadual da Serra da Concórdia também sofreram com o incêndio.
De acordo com o Inea, no Parque Estadual da Serra da Concórdia, as chamas destruíram uma área equivalente a 1.088 campos de futebol, sendo a maior parte nos arredores a unidade. A reserva tem uma extensão total de 6 mil hectares.
No quilombo, o fogo não chegou às casas e a árvore Jequitibá, considerada sagrada pelos quilombolas.
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