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SEM e clubes cariocas se movem para criar protocolo de prevenção à violência contra mulher em estádios

SEM e clubes cariocas se movem para criar protocolo de prevenção à violência contra mulher em estádios

SEM e clubes cariocas se movem para criar protocolo de prevenção à violência contra mulher em estádios
A Secretaria de Estado da Mulher (SEM-RJ) reuniu, nesta sexta-feira (01), os quatro grandes times do Rio de Janeiro para discutir um protocolo integrado de atuação para enfrentar casos de violência contra meninas e mulheres nos estádios. Representantes de Flamengo, Fluminense, Vasco e Botafogo se sentaram à mesa no Palácio Guanabara, sede do Governo do Estado, para debater medidas a serem tomadas em bloco para prevenir e atuar nos casos de agressão. Também participaram da reunião a deputada federal Soraya Santos, idealizadora do programa Antes que Aconteça, e representantes do Batalhão Especial de Policiamento em Estádios (BEPE), das Delegacias Especializadas de Atendimento à Mulher, do Tribunal de Justiça e do Ministério Público.

Nesta primeira reunião, a secretária estadual da Mulher, Heloisa Aguiar, apresentou um levantamento com protocolos e ações já realizadas pelos clubes. A ideia é, com base em experiências de boas práticas, criar o Protocolo Integrado de Prevenção às Violências contra Meninas e Mulheres, uniformizando campanhas e a atuação nos estádios e implementando ações inovadoras.

- Esse protocolo não se limita a normas de conduta. Ele é um pacto social de transformação cultural. Ao engajar torcedores, dirigentes, atletas e toda a sociedade, o protocolo pretende ser um modelo para outras iniciativas em todo o Brasil, consolidando a mensagem de que o futebol pode e deve ser um espaço acolhedor e seguro para todos - disse Heloisa Aguiar.

O protocolo busca desenvolver uma estratégia comum para transformar práticas em quatro etapas. Na primeira etapa, o foco está nas ações educativas, com o desenvolvimento de campanhas para conscientizar torcedores, profissionais de segurança e funcionários nos estádios, abordando temas como violência de gênero, assédio e respeito às mulheres.

Na segunda etapa, o objetivo é implementar protocolos de acolhimento e atendimento, com a criação e disseminação de diretrizes para o suporte emocional e jurídico às mulheres que sofrerem violência nos estádios, além de orientações sobre como proceder em situações de agressão.

Na terceira etapa, o alvo são os profissionais de segurança e atendimento, com treinamentos para os que atuam nos estádios, incluindo segurança, funcionários e voluntários, visando capacitar esses profissionais a identificar e agir adequadamente em situações de violência de gênero.

Na quarta etapa, busca-se estabelecer espaços de denúncia e acolhimento, com a criação e sinalização de áreas específicas nos estádios para que as vítimas possam se sentir seguras ao relatar suas experiências e receber apoio.

A deputada estadual Soraya Santos ressaltou a importância da ação conjunta entre os clubes, o governo, as polícias, a promotoria, o Judiciário e a sociedade civil:

- O Rio de Janeiro precisa ser vanguarda na adesão a esse protocolo. Isso é fundamental, pois os dados mostram que o número de casos de violência doméstica aumenta exponencialmente nos dias de jogos de futebol. Ter essa integração de ações muda a perspectiva de que o estádio de futebol não é um lugar seguro para as mulheres.

O grupo de trabalho apresentou cinco ações integradas de monitoramento e avaliação propostas para os times de futebol envolvidos, visando fortalecer o Protocolo Integrado de Prevenção às Violências contra Meninas e Mulheres:

As ações pactuadas foram: sistema de denúncia anônima e registro de ocorrências; pesquisas de satisfação e percepção de segurança; avaliação dos treinamentos regulares para funcionários e segurança; relatórios de avaliação anual; e grupos de acompanhamento e feedback.

- Com essas ações, buscamos não apenas implementar medidas de prevenção, mas também ajustar e evoluir continuamente para atender às expectativas e necessidades das torcedoras e da sociedade - ressaltou a superintendente de Enfrentamento às Violências, da Secretaria da Mulher, Giulia Luz.

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