Animais silvestres são protegidos por lei, e biólogo conscientiza as pessoas a não matarem esses bichos, essenciais para a natureza, e a ligarem para o Corpo de Bombeiros se encontrarem um espécime
Todo animal merece respeito! Com o objetivo de preservar a espécie de mamíferos marsupiais conhecidos como Gambás, a equipe do Zoológico Municipal de Volta Redonda (Zoo-VR) orienta a população sobre o período de reprodução desses animais, que ocorre entre a primavera e o verão.
O biólogo do Zoológico Municipal, Almir Fraga Folly Júnior, destaca que, caso as pessoas se separarem com um gambá (filhote ou adulto) em vias urbanas, busque ajuda para o resgate, acionando primeiramente o Corpo de Bombeiros pelo número 193, como orienta a legislação. Outra opção é ligar para a equipe do Zoo-VR pelo telefone (24) 3512-9830.
“Os gambás são animais extremamente importantes para o nosso convívio, pois eles fazem o controle de animais peçonhentos e de algumas pragas. Há estudos que indicam que um gambá pode comer até oito mil carrapatos por dia, por exemplo. Eles conseguem nos ajudar na sanitização do ambiente, pois comem escorpiões, serpentes, e quando as pessoas começam a remover os gambás, matando ou maltratando-os, haverá aumento de animais peçonhentos e descontrole populacional dessa espécie de marsupial”, disse.
Desde o início da primavera, em 22 de setembro, aumento o número Gambás resgatados levados para o Zoológico Municipal, com cerca de 50 filhotes. “É bom frisar que são animais silvestres protegidos por lei. Gambás não podem ser mantidos como pet, criados em residências, a não ser que o morador tenha autorização de algum órgão ambiental”, comenta Almir.
Tratamento, reabilitação e soltura
Os gambás resgatados e levados para o Zoológico Municipal passam pelo programa de reabilitação e reinserção na natureza. Quando filhotes, eles recebem tratamento diferenciado, pois são muito dependentes e por isso recebem um cuidado parental – que é o período em que as mães e os pais cuidam desses animais.
“Quando esse cuidado parental é feito por humanos, corremos o risco de acabar criando situações de comportamento estereotipado – quando os animais começam a se acostumar com o ser humano de uma forma errada. Por isso, o Zoo-VR tem um setor que nós chamamos de Neonatologia, em que os filhotes chegam e são tratados por uma especialista para evitar exatamente esse comportamento, que não é o desejado para a espécie”, explica o biólogo.
O tratamento dos adultos é um pouco diferente: quando resgatado sadio, ele não fica muito tempo no programa de reabilitação e logo é reinserido na natureza, em locais onde há ocorrência natural da espécie e que tenham uma estrutura para receber o animal.
“Quando há resgate de um gambá adulto machucado ou acidentado, ele precisa passar primeiro pelo tratamento veterinário para posterior reabilitação. E essa reabilitação é importante porque, apesar de ser um animal que quer voltar para a natureza, ele acaba encontrando alguns confortos. Como nós o alimentamos e nesse período ele não precisa buscar comida, tem abrigo, alguns acabam se acomodando com essa situação. Então, a reabilitação, no caso dos adultos, vem para poder tirar isso, eles entenderem que têm que estar na mata. Aí, no caso desses adultos, é uma reabilitação mais rápida, sendo soltos no local onde há ocorrência da espécie aqui na região”, comenta, acrescentando que o gambá-de-orelha-preta é típico da região Sul Fluminense.
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