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Estado do Rio registra 72 vítimas de intolerância religiosa em nove meses

Estado do Rio registra 72 vítimas de intolerância religiosa em nove meses

Iniciativas do Governo do Estado, como a Decradi e a Secretaria de Desenvolvimento Social e Direitos Humanos, visam combater crimes discriminatórios no Rio
Estado do Rio registra 72 vítimas de intolerância religiosa em nove meses
Dados do Instituto de Segurança Pública (ISP) indicam que, entre janeiro e setembro de 2024, 72 ocorrências relacionadas a preconceito religioso foram registradas em delegacias no Estado do Rio de Janeiro. Do total de casos, 39 se referem ao crime de “Ultraje a culto”. Este tipo de delito teve 16 ocorrências na capital fluminense. O aumento foi de 14 casos, comparando os anos de 2023 e 2024. As delegacias de polícia também registraram crimes relacionados à “intolerância religiosa”, com 33 casos no período analisado. A maior parte das vítimas tinham entre 30 e 59 anos, sendo 14 brancas e 13 pretas ou pardas. A residência foi o local onde esse tipo de crime ocorreu com mais frequência, sendo oito casos no município do Rio e cinco em São Gonçalo, na Região Metropolitana.

“A diversidade de crenças tem que ser respeitada e as informações divulgadas pelo ISP desempenham um papel crucial para colocar luz nessas questões e subsidiar políticas públicas de combate a todo tipo de intolerância.  Temos na  Polícia Civil uma unidade especializada na investigação desses crimes, a Decradi, que está preparada para receber denúncias e investigar os crimes", destacou o governador Cláudio Castro.

O levantamento feito pelo ISP, disponibilizado no Painel Discriminação, ferramenta interativa que facilita o monitoramento de crimes por preconceito, aponta outras formas de violência direcionadas a grupos sociais. Ao todo, entre janeiro e setembro de 2024, 2.783 pessoas foram alvo de crimes associados à discriminação e intolerância. Além disso, 1.738 indivíduos relataram ter sido vítimas de “Injúria por preconceito”, representando 62% do total de casos.

"É essencial destacar que os dados revelam problemas profundos e estruturais que enfrentamos diariamente em nossa sociedade, como o racismo e a intolerância religiosa. Esses tipos de delitos continuam a impactar de forma desigual diferentes grupos sociais. As informações divulgadas pelo ISP são fundamentais para esclarecer essas questões e apoiar o combate eficaz aos crimes de ódio”, ressaltou Leonardo Vale, vice-presidente do ISP.

Uma das iniciativas do Governo do Estado do Rio de Janeiro para combater crimes de ódio é a Delegacia de Crimes Raciais e Delitos de Intolerância (Decradi). Localizada no Centro do Rio, a unidade é especializada na investigação de práticas como racismo e intolerância religiosa, atuando na garantia do respeito aos direitos fundamentais e à diversidade.

"Intolerância religiosa é um crime de ódio que fere a liberdade e a dignidade humana. A melhor forma de combate à intolerância religiosa é a conscientização da necessidade de respeito à diversidade de crença, independentemente das escolhas e concepções religiosas. A Polícia Civil conta com uma unidade especializada na investigação desses crimes, a Decradi, que está preparada para receber denúncias e investigar os crimes", afirma a titular da Decradi, delegada Rita Salim.

A Secretaria de Desenvolvimento Social e Direitos Humanos, também do Governo do Estado, desenvolve políticas públicas voltadas ao combate e à conscientização sobre crimes de discriminação e preconceito, como capacitações em conjunto com as Polícias Civil, Militar e Rodoviária Federal, além de secretarias, escolas e universidades.

“Nosso objetivo é formar cidadãos mais conscientes de seus direitos e preparar os agentes da segurança pública e servidores das secretarias estaduais e municipais para lidar adequadamente com as diferentes demandas relacionadas à promoção e respeito aos direitos humanos. Para isso, realizamos treinamentos sobre como lidar com essas temáticas, sempre buscando reduzir as estatísticas e construir uma sociedade mais justa, plural e igualitária”, disse Rosangela Gomes, secretária de Desenvolvimento Social e Direitos Humanos.

O Disque Denúncia também recebe e monitora denúncias, atuando em colaboração com órgãos especializados na proteção dos Direitos Humanos.

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