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Nascido em Cordeirópolis, no dia 22 de julho de 1932, Léo Batista eternizou
como apresentador do Programa Globo Esporte, diário no início de tardes na TV Globo.
Leo foi um dos jornalistas que transmitiram a primeira partida oficial de
Garrincha no futebol. Era torcedor do Botafogo.
Biografia
Infância e adolescência
Filho dos imigrantes italianos Antonio Bellinaso e Maria Rivaben, o pequeno João
Baptista nasceu no interior de São Paulo no então distrito de Cordeiro,
município de Limeira.
O pseudônimo "Leo" veio do nome de sua irmã, Leonilda - "ela que
tem horror ao nome dela, Leonilda, e que a gente só chama de Nilda. Peguei o
“Leo” dela, deixei de lado o João Bellinaso Neto, e virei Leo Batista" -
afirma Leo em uma de suas entrevistas.
Começou a trabalhar na adolescência no serviço de alto-falantes da localidade
natal. Em 1947, estreou ao microfone a convite de um primo, Antonio Beraldo, conhecido
como Toninho, que inaugurou em Cordeirópolis um serviço de alto-falantes, algo
muito comum nas cidades pequenas. O estúdio ficava numa praça perto do prédio
da pensão onde o pai mantinha seu próprio negócio. Leo foi o último a fazer o
teste. Leu um anúncio, apresentou uma música e, quando viu, estava transmitindo
as notícias. O primo gostou e disse que seria seu o posto de locutor. Leo
considerou que ele estava maluco só em cogitar apresentar essa ideia ao pai, um
italiano "queixo-duro", que já estava contrariado por haver deixado a
escola para ser garçom.
A reação do pai, Antonio Francesco Belinaso, era a que se esperava.
Principalmente porque naquela época radialistas, atores, músicos, eram todos
malvistos em razão do senso comum de que levavam uma vida boêmia. A sociedade
tinha deles o pior conceito possível. Todavia, Beraldo disse ao tio as palavras
mágicas: “Seu Antônio, ele vai trabalhar, mas não é de graça. Vou dar 200 mil
réis só para começar. E, se ele conseguir algum anúncio, ainda ganha uma
comissão.” Sem dinheiro, o pai na hora mudou o discurso: “Ah, ele vai ganhar um
dinheirinho? Aí está bem, mas tem que ser depois do horário do trabalho na
pensão.”
Carreira Profissional
Rádio
Leo Batista em 1954
Uns seis meses depois da experiência com o primo Beraldo, Leo recebeu convite
do senhor Domingos Lote Neto. Ele gostou de sua voz e insistiu em levá-lo para
fazer um teste na recém-inaugurada Rádio Clube de Birigui, “a pérola do
Noroeste” e assim o fez. Leo foi contratado. Lá, transmitiu partidas de
futebol, a parada de 7 de Setembro e programas de auditório como o “Clube da
Alegria”, em que teve o privilégio de apresentar Hebe Camargo na festa do
primeiro aniversário da emissora.
Em Piracicaba, trabalhou na Rádio Difusora. Na época, o XV de Novembro, time
local, tinha subido para a primeira divisão do Paulistão e buscava um locutor
esportivo. Leo passou a acompanhar e narrar os jogos do antigo campo da Rua
Regente (ainda não existia o estádio Barão da Serra Negra). Depois, o Pacaembu,
a Vila Belmiro... o próprio Leo revela em suas entrevistas: "Eu era
atrevido. Vim até para o Rio, transmitir a Copa de 50".
Em 1952, Leo foi para o Rio de Janeiro concorrer a uma vaga na Rádio Clube do
Brasil, mas em vez disso, foi contratado pela Rádio Globo, para trabalhar como
locutor e redator de notícias no programa "O Globo no Ar?", comandado
por Raul Brunini.
Sua estreia como locutor esportivo aconteceu em uma partida entre São Cristóvão
e Bonsucesso, no Maracanã. A partir da edição de 1950, Leo participou de todas
as Copas. Ao vivo ou na retaguarda, atuou também em Olimpíadas, Jogos
Pan-Americanos... "Não perdi mais nada" - afirma Leo.
Ele foi um dos que transmitiram o primeiro jogo da carreira de Mané Garrincha,
em 1953. Pela Rádio Globo, Leo Batista entrou para a história em 1954, sendo o
primeiro radialista a noticiar o suicídio de Getúlio Vargas.
Televisão
Leo sempre gostou do veículo. Em 1955 trocou de emprego e se mudou para a
hoje extinta TV Rio, onde comandaria por 13 anos o Telejornal Pirelli, um dos
noticiários de maior sucesso na televisão.
Chegou à Globo em 1970 e logo se destacou devido ao seu estilo descontraído. Em
1970, como freelancer, foi chamado para compor a equipe esportiva da TV Globo,
que mandara seus principais nomes para o México, na cobertura da Copa do Mundo.
Logo após a Copa, o locutor teve que substituir o apresentador Cid Moreira em
uma edição do Jornal Nacional. Ele respondeu bem e foi contratado em
definitivo, chegando a apresentar as edições de sábado do JN.
Leo Batista era o apresentador mais antigo em atividade na Globo e foi um dos
criadores, em 1978, do programa Globo Esporte. Na emissora, Leo inaugurou o
Jornal Hoje, em 1971, ao lado de Luís Jatobá e Márcia Mendes, participou do
Globo Rural, narrou os gols da rodada no Fantástico, e tem microfone cativo no
Globo Esporte e no Esporte Espetacular.
Nas décadas de 1980 e 1990 chegou a apresentar um bloco esportivo no Jornal
Nacional, aos sábados. Seu rosto pôde ser visto nas edições de sábado do Globo
Esporte e sua voz às quartas feiras, nos intervalos dos jogos brasileiros.
Também narrou as aventuras dos Heróis Marvel, nos anos 80, quando a TV Globo
transmitia os desenhos animados.
Aposentadoria
Em entrevistas Leo sempre comenta: "se arranjarem uma metralhadora, com
bala de verdade mesmo, que não falhe, para me dar uma rajada, de repente eu
paro de trabalhar. Mas, se não for assim, não paro, não. Estou com 75 anos de
idade, completei 60 de profissão — e não encontro nem o termo apropriado para
descrever o que sinto por ela." E continua: "outro dia fiquei
imaginando a hora em que eu não puder mais entrar na emissora e falar com os
amigos. Evito pensar nisso. Desejo continuar fazendo o meu trabalho. A não ser
que achem que fiquei velho demais, que já estou gagá. (risos) Enquanto Deus me
der voz e saúde e a TV Globo quiser, eu continuo."
Vida pessoal
Foi casado com Leyla Chavantes Belinaso, que faleceu aos 84 anos em 29 de
janeiro de 2022.
Morte
Leo morreu aos 92 anos, em 19 de janeiro de 2025, após passar treze dias
internado no Hospital Rio D'Or. O locutor havia sido diagnosticado com câncer
de pâncreas após se queixar de dor abdominal e desidratação.
Homenagens e reconhecimento
Para reverenciar os seus 76 anos de trajetória no jornalismo esportivo, Leo
Batista teve sua história descrita em uma série com quatro episódios chamada de
"Léo Batista — A Voz Marcante". Sendo exibido a partir de junho de
2024 no canal SporTV. O documentário teve a direção de Kizzy Magalhães, e
contou com vários depoimentos, tais como Pedro Bial e Luís Roberto.
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