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Nome de estudante morto durante a ditadura militar entrará para o livro dos heróis no Rio

Nome de estudante morto durante a ditadura militar entrará para o livro dos heróis no Rio

Nome de estudante morto durante a ditadura militar entrará para os livros dos heróis no Rio
Foto: reprodução
O nome de Edson Luís de Lima Souto entrará no Livro dos Heróis e Heroínas do Estado do Rio. O jovem foi um estudante assassinado pela polícia durante a Ditadura Militar em 1968, quando tinha apenas 18 anos e se tornou um símbolo histórico da resistência estudantil contra a repressão política.

O projeto virou lei após ser aprovado em segunda discussão na Assembleia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro (Alerj), nesta terça-feira (06/05).

Uma das autoras do projeto, a deputada Dani Monteiro, relatou como o estudante usou de ousadia pela soberania popular: "Quero referenciar o quanto Edson foi um herói, pois lutava diretamente pela democracia, pela educação e pelo direito à alimentação. Isto é o que nos motiva a colocar o seu nome no Livro de Heróis", discursou.

Natural de Belém, no Pará, Edson Luís se mudou para o Rio de Janeiro para terminar o segundo grau, atual Ensino Médio. Foi assassinado em março de 1968 após policiais militares invadirem o Restaurante Central dos Estudantes, conhecido como Calabouço, no centro do Rio, onde estava acontecendo uma manifestação estudantil. No mesmo ano de seu assassinato, em dezembro de 1968, a Ditadura Militar endureceu o regime e decretou o Ato Institucional número 5 (AI-5), que permitiu a cassação de políticos eleitos.

Decanos enaltecem homenagem

A homenagem também foi elogiada pelos decanos do Parlamento fluminense, deputados Carlos Minc (PSB) e Luiz Paulo (PSD), que pediram para ser coautores do projeto. Os dois presenciaram a manifestação em que o estudante foi morto. "Sou testemunha ocular da história deste assassinato praticado pela ditadura. Os estudantes pegaram o corpo dele e trouxeram para onde hoje é a Câmara Municipal e eu estava presente porque, na época, eu também fazia parte do movimento estudantil. Muitos foram os intelectuais que aderiram a esse projeto pelo assassinato de um jovem, mas muito jovem, estudante", disse Luiz Paulo. "É hora de a gente resgatar esses heróis anônimos que lutaram pela democracia", defendeu.

"Esse caso levou a uma expansão do movimento estudantil. Lembro que o pessoal gritava 'mataram um estudante. E se fosse um filho seu? Isso pegou na classe média porque, de fato, ele não estava cometendo crime algum e sim almoçando em um restaurante", contou Minc. "O Edson levou um tiro no peito e a polícia tentou tirar o corpo dele e levar embora para fazer a autópsia e esvaziar a manifestação. Os médicos Jamir Haddad e Luiz Tenório fizeram a autópsia no meio da manifestação para que ninguém levasse o corpo embora", detalhou.

A deputada Dani Monteiro ainda lembrou que a Lei 8.439/19, aprovada pela Alerj, incluiu no Calendário Oficial do Estado do Rio de Janeiro o dia 28 de março como "O Dia Estadual da Juventude em Defesa da Democracia", em homenagem ao estudante.

Além de Dani Monteiro, Luiz Paulo e Carlos Minc, o projeto também tem a coautoria dos seguintes parlamentares: Professor Josemar (PSol), Flávio Serafini (PSol), Verônica Lima (PT), Elika Takimoto (PT), Marina do MST (PT) e Yuri (PSol).

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