No Dia dos Namorados, duas histórias especiais lembram que o amor nunca se aposenta — e pode surgir a qualquer tempo
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Casais de idosos se conhecem e se apaixonam na ILPI de Angra dos Reis / Foto: divulgação |
Um dos casais envolve uma figura muito conhecida da cidade: José Bezerra de Melo Filho, o popular Zé do Alho, de 69 anos, que por muitos anos manteve uma banca de verduras no centro de Angra. Morador da ILPI desde janeiro de 2024, ele se encantou por Maria do Carmo Marques da Silva, da mesma idade, durante uma festa junina promovida na unidade. O que começou como uma brincadeira de arraial virou namoro de verdade.
“Encontrei aqui o amor e a felicidade, aos 69 anos”, diz Zé, que no passado chegou a pesar quase 200 quilos e emagreceu com a ajuda de um quadro do falecido apresentador Gugu Liberato, de quem chegou a ganhar uma casa — que, depois, perdeu.
O outro casal é formado por Iracema Pereira da Silva, de 76, e Antonio Carlos Ferreira Monteiro, 70. Ele, ex-arquiteto e poliglota, encanta com seu violão; ela, apaixonada por dança, não resiste a uma música boa. Foi assim que a afinidade começou, há poucos meses.
“A gente se esbarrou aqui e foi ficando junto, cuidando um do outro”, conta Iracema. Entre oficinas de arte, rodas de conversa e sessões musicais, surgiram os olhares trocados e o amor.
Inaugurado em janeiro de 2024, o ILPI Luíza Olindina da Silva Alves é a primeira instituição totalmente pública do município voltada ao acolhimento de idosos. O equipamento é da prefeitura e administrado pela OS IGEDES, o mesmo que faz a gestão da maternidade HMAR. O INPI leva o nome da professora Luíza Olindina, que teve papel fundamental na criação e manutenção da Pestalozzi em Angra — instituição sem fins lucrativos dedicada ao atendimento de pessoas com deficiência.
Hoje, o ILPI Luíza Olindina abriga 29 idosos e conta com uma equipe multidisciplinar formada por enfermeiros, psicólogos, fonoaudiólogos, clínicos gerais e equipe de apoio. Apesar do pouco tempo de funcionamento, o ILPI do Retiro já é considerada referência estadual em assistência social, pela sua excelência.
No próximo dia 24, a diretora da unidade, Vanessa Fonseca, receberá na Câmara Municipal uma moção de aplausos pelo trabalho realizado. Para ela, o surgimento de histórias como as de Zé e Maria, Iracema e Antonio, é um reflexo do cuidado integral oferecido.
“Cuidar de idosos vai muito além da saúde física. Envolve oferecer dignidade, estímulo, afeto e um ambiente onde eles se sintam vivos e amados”, destaca.
Neste 12 de junho, essas histórias de amor inspiram e emocionam. Porque, afinal, o coração não se aposenta — e o amor não tem idade.
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