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Arrecadação de ICMS cresceu 7,4 milhões no 3º bimestre de 2025 no Rio

Arrecadação de ICMS cresceu 7,4 milhões no 3º bimestre de 2025 no Rio

O aumento foi provocado pela arrecadação de ICMS, receitas do petróleo e recursos da Cedae. Contudo, deputados alertam para cenário ainda desafiador.
Arrecadação de ICMS cresceu 7,4 nilhões no 3º bimestre de 2025 no Rio
Arrecadação de ICMS cresceu 7,4 nilhões no 3º bimestre de 2025 no Rio / Foto: Alex Ramos
O Estado do Rio de Janeiro aumentou em R$ 7,4 bilhões a receita líquida no 3º bimestre de 2025, em comparação ao mesmo período do ano passado. O caixa passou de R$ 47,2 bilhões para R$ 54,6 bilhões. Esse aumento se deve, principalmente, ao crescimento expressivo do ICMS, de receitas provenientes das atividades de extração de petróleo e gás natural e da venda da Companhia Estadual de Águas e Esgotos (Cedae). Esses dados foram apresentados pela Secretaria de Estado de Fazenda (Sefaz) durante audiência pública realizada nesta terça-feira, dia 2 de setembro, pela Comissão de Orçamento, da Assembleia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro (Alerj). Contudo, deputados integrantes do Colegiado avaliaram que o cenário ainda exige cautela, destacando que esse aumento de receita se deve também a medidas importantes aprovadas no Parlamento.

“Esse crescimento foi impulsionado principalmente pelo aumento das receitas tributárias de ICMS, especialmente no refino de petróleo e gás, transporte e energia. Além do aumento de receitas patrimoniais, como royalties e participações, recursos da Cedae e aumento de transferências constitucionais. Recebemos da União R$ 807 milhões, vindos da compensação do ICMS pela Lei Complementar 94”, explicou o secretário de Fazenda, Juliano Pasqual.

Presidente da Comissão de Orçamento, o deputado André Corrêa (PP) ressaltou que apesar do aumento na arrecadação o cenário continua sendo desafiador. Ele destacou que a aprovação no Parlamento da Lei 10.253/23, de autoria do deputado Luiz Paulo (PSD), que prevê o aumento da alíquota modal, resultou em um aumento de R$ 5 bilhões no caixa do Estado. A medida passou a ter efeito em maio de 2024.

“A situação financeira do Rio de Janeiro continua crítica e desafiadora, dependendo da austeridade e de medidas como a limitação de pagamentos de dívidas, além da lei do deputado Luiz Paulo, que está sendo fundamental para o equilíbrio do Estado. Existem riscos de perdas de receita e a necessidade de buscar novas fontes é imediata, mas o governo está buscando manter o equilíbrio fiscal”, analisou Corrêa.

Já Luiz Paulo explicou que a medida foi proposta com o objetivo de diminuir o déficit do Estado, depois da aprovação da Lei Kandir, e evitar uma nova crise financeira como a que ocorreu em 2015 e 2016 no Rio de Janeiro: “Se o Parlamento não fizesse isso, o governo, no meu entendimento, tinha grande chance de ficar em uma situação ainda mais difícil. E tudo que a gente teme nesta vida é repetir o cenário de 10 anos”.

Despesas também em alta

As despesas do governo também aumentaram no 3º bimestre em comparação ao mesmo período do ano passado. O Executivo gastou cerca de R$ 1,3 bilhão, cerca de 3% a mais em relação ao orçamento anterior. O maior crescimento veio das despesas com educação, transporte, saúde e recursos destinados ao Judiciário, que juntos representam um aumento da ordem de R$ 1,9 bilhão na comparação com 2024.

“Tivemos aumento da despesa com pessoal, mas também o que a gente chama de despesas correntes, como o aumento em gasto com educação, principalmente transferências de recursos para os municípios para gasto de saúde e de transporte, por conta do aumento no subsídio do bilhete único e, por último, a gente teve o gasto com recursos essenciais da Justiça, que também teve um pequeno incremento”, pontuou a subsecretária interina do Tesoura da Sefaz, Liliane Figueiredo.

Em contrapartida, o Estado conseguiu reduzir em 44% as despesas com o pagamento da dívida pública, o que significou uma economia de R$ 1,7 bilhão. Essa queda só foi possível porque, em maio do ano passado, o Supremo Tribunal Federal (STF) concedeu uma liminar que permitiu ao Rio adiar para 2025 o pagamento das parcelas da dívida referentes a 2023.

Royalties e Participações

Durante a reunião, o deputado Luiz Paulo também se mostrou preocupado com a perda significativa dos recursos garantidos por participações especiais, relativas às atividades de extração de petróleo e gás natural. Ele destacou que o regime de partilha prejudica o Rio de Janeiro. Segundo dados da Fazenda, o Estado já perdeu, neste 3º bimestre, cerca de 5% dos recursos, se comparado ao mesmo período do ano passado.

“Mais uma vez, a União se apropria dos nossos recursos. O que está acontecendo agora? Novos poços estão entrando em produção. Isso significa aumento da produção e, consequentemente, dos royalties. Mas a Participação Especial vai despencar ano após ano, porque praticamente não temos mais essa compensação; só recebemos pelas explorações de poços descobertos e explorados antes da lei da partilha”, disse o deputado decano da Alerj.

Passivo de décadas como herança

O secretário de Estado de Planejamento, Adilson Faria Maciel, ainda reforçou o comprometimento do governo na manutenção das contas. Segundo Maciel, o atual governo vem enfrentando uma dívida histórica do Estado, que tem origem na década de 90. “Herdamos um passivo que se arrasta há décadas, mas o governo tomou a decisão de enfrentar essa dívida”, afirmou.

O secretário lembrou que a Lei Complementar 194 reduziu em cerca de R$ 10 bilhões a arrecadação do Estado, impactando diretamente o caixa. Ainda assim, Maciel destacou avanços na gestão financeira: “Saímos de R$ 19 bilhões para R$ 1 bilhão em restos a pagar. Hoje, conseguimos manter em dia tanto o pagamento das dívidas quanto os salários dos servidores”.

Estiveram presentes também na reunião a deputada Célia Jordão (PL) e o deputado Vinicius Cozzolino (União).
 
Por Buanna Rosa

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