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Ato em Barra Mansa pede justiça no caso de Lorenzo Avelino

Ato em Barra Mansa pede justiça no caso de Lorenzo Avelino

Pai de jovem assassinado lança abaixo-assinado por endurecimento das penas, julgamento acontece nessa quarta (05)
Ato em Barra Mansa pede justiça no caso de Lorenzo Avelino
“Quando a lei falha em punir à altura da barbárie, a vida perde valor diante da impunidade”.
A frase é de Milton Leonardo Avelino, pai de Lorenzo Eduardo Terra Avelino, jovem de 19 anos assassinado a martelada por dois amigos no dia 31 de março de 2023, no bairro Jardim Primavera, em Barra Mansa–RJ. O caso, que chocou a cidade, se transformou em uma mobilização nacional: um abaixo-assinado na plataforma Change.org pelo fim da progressão de pena em crimes brutais, com o lema “Justiça por Lorenzo e por todas as vítimas”. O caso tem júri popular marcado para 5 de novembro de 2025, às 10h, no Tribunal do Júri de Barra Mansa–RJ. Ato pela paz acontece na Praça da Matriz, em Barra Mansa, na terça (04), às 17h30.

“Crimes bárbaros não podem ser tratados como crimes comuns. Pessoas cruéis, frias e calculistas não devem ter direito a benefícios. O assassino do meu filho ainda vai a julgamento e pode deixar a prisão anos antes do tempo estabelecido em sentença. Isso é injusto com as vítimas e perigoso para a sociedade. Como aceitar que alguém que agiu com tamanha frieza e perversidade volte ao convívio social, enquanto as vítimas jamais terão essa oportunidade?”, questiona o pai.

Lorenzo era um jovem empreendedor apaixonado pelo que fazia. Em sua biografia no Instagram, escreveu: “Larguei tudo pra viver meu sonho.” Criador de conteúdo digital e dropshipper, produzia vídeos motivacionais e conquistava parcerias de negócios quando teve a vida interrompida de forma brutal — assassinado por alguém em quem confiava, dentro do próprio escritório, em um crime premeditado.

Para Milton, a legislação precisa mudar para garantir justiça efetiva e segurança à sociedade.

“Milhares de vidas seriam poupadas se houvesse punições exemplares”, afirma.

O abaixo-assinado já conta com mais de 20 mil apoiadores à iniciativa. A iniciativa ganha força no momento em que o Congresso Nacional volta a discutir mudanças na execução penal para crimes hediondos. No Senado Federal, o PL 839/2024 avança com a seguinte proposta: impedir o cumprimento de pena em regime aberto ou semiaberto por líderes de facções criminosas e milícias, determinando que esses condenados cumpram integralmente a pena em presídios de segurança máxima. O projeto foi aprovado na Comissão de Segurança Pública do Senado em 21 de outubro de 2025.

Em julho de 2025, a Câmara dos Deputados aprovou o Projeto de Lei 1112/2023, de autoria do deputado Alfredo Gaspar (União-AL) e relatado por Alberto Fraga (PL-DF), que endurece as regras para progressão de regime em crimes hediondos. Pela proposta, o condenado deverá cumprir 80% da pena em regime fechado antes de pleitear a progressão, e fica proibida a liberdade condicional nesses casos. O texto foi aprovado no plenário e aguarda votação no Senado Federal.

Em análise também na Câmara dos Deputados, o PL 853/2024, do senador Flávio Arns (PSB-PR), altera a Lei dos Crimes Hediondos e a Lei de Execução Penal, proibindo completamente a progressão de regime para condenados por crimes hediondos. A proposta ainda passa por algumas comissões para chegar ao Plenário.

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