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domingo, 30 de março de 2014

40% concluem Médio sem dominar Português

No 9º ano do Fundamental, essa proporção é de 3 em cada 10, conforme o Saresp; Alckmin diz que Ensino Médio ?é uma dificuldade no mundo todo? 

Quase quatro em cada dez Alunos chegaram ao fim do Ensino médio na rede estadual de São Paulo sabendo menos do que o básico em Português. No 9.º ano, essa proporção é de três em cada dez. Como o Estado revelou ontem, a qualidade da Educação caiu no Ensino médio e ficou estagnada no fim do fundamental, segundo o Índice de Desenvolvimento da Educação do Estado de São Paulo (Idesp). Os níveis de proficiência são organizados a partir da pontuação dos Alunos nas provas de Português e Matemática no Sistema de Avaliação do Rendimento Escolar do Estado de São Paulo (Saresp).
São quatro níveis: abaixo do básico, básico, adequado e avançado. A Secretaria de Estado da Educação considera como suficiente o desempenho dos Alunos que fiquem entre os níveis básico e avançado. A pasta não informou, no entanto, as médias alcançadas pela rede nas duas provas –não é possível saber se houve piora nas duas avaliações.
A proporção de Alunos que ficaram no pior nível de proficiência (abaixo do básico) aumentou tanto no ciclo 2 do fundamental (6.º ao 9.º ano) quanto no médio entre 2013 e 2012. No fundamental, 30% ficaram no patamar, ante 28,5% no ano anterior. São Alunos incapazes, por exemplo, de organizar, em sequência, os episódios principais do enredo, em conto e fábula. Já no Ensino médio, 39,6% estão nesse nível mais baixo, ante 34,4% em 2012.
Com esse desempenho, um Aluno do 3.º ano não consegue,por exemplo,distinguir um fato da opinião sobre esse mesmo fato em um artigo opinativo. Em Matemática, a proporção de Alunos no nível mais baixo caiu nos anos finais do fundamental (de 36,6%, em 2012, para 36,5% em 2013) e no médio (de 55,8% para 55%).Isso significa que esses Alunos não conseguem identificar o raio de uma circunferência, por exemplo.
O Idesp é calculado a partir dos resultados do Saresp e do fluxo (reprovação e abandono). Cada Escola tem seu próprio índice,a partir do qualé mensurada a taxa da rede. Como o Estado revelou ontem, o Ensino médio caiu de 1,91 para 1,83 e o ciclo final do fundamental ficou estagnado em 2,50 entre 2012 e 2013. As metas para 2030 são de 5 e 6, respectivamente.
O governador Geraldo Alckmin (PSDB) comentou ontem o Idesp da rede. “O Ensino médio é uma dificuldade no mundo todo”, afirmou ele. Comemoração.Alckmin comemorou o desempenho da rede nos anos iniciais (1.ª a 5.ª série). “É o melhor índice de toda a série histórica”, disse. A etapa vem em ritmo de melhora e cresceu de 4,28 para 4,42 – a meta é de 7, também até 2030.
Segundo dados da Secretaria, 16,1% dos Alunos do 5.º ano estão nos níveis abaixo do básico em Português (esse porcentual era de 18,1% em 2012).Em Matemática, o índice é de 26,1% no nível mais baixo (em 2012 era de 27,9%). A partir deste ano, a pasta divulgou dados de avaliação no 2º ano,em que 94,6% dos Alunos estão entre os níveis básico e avançado em Português – o que representa, segundo o governo, que sabem ler e escrever.

Cai o número de Escolas que vão receber bônus
Caiu o número de Escolas que atingiram as metas do Idesp e cujos funcionários receberão bônus no pagamento. Os servidores de 4.030 Escolas – que representam 81% do total no Estado de São Paulo – terão direito a pagamento de bônus. No ano passado, 85,1% das unidades Escolares tiveram bom desempenho para receber a bonificação.
A Secretaria de Educação ainda não informou quantos servidores receberão o bônus, quanto e quando ele será pago. O Estado precisa realizar o pagamento ainda neste mês. No ano passado, o governo pagou R$ 590 milhões na bonificação, com prêmios superiores a R$ 8 mil. A partir deste ano, o bônus também leva em conta o índice socioeconômico das Escolas, como revelou ontem o Estado.


Opinião: Escola não consegue lidar com a nova cultura jovem
O s desafios que enfrentamos na Educação dos jovens se repetem na América Latina e em muitos países da Europa. A Escola não sabe como lidar com essa nova cultura jovem e com as grandes mudanças de seu cotidiano nos últimos 20 anos.
O que vemos em todas as pesquisas sobre a juventude e a Escola é que os jovens reclamam de uma profunda insatisfação com a forma que a Escola o acolhe e da resposta que dá às suas demandas. Sem dúvida, a Escola não é um ambiente acolhedor, o clima não é bom, há muitas carências – e é muito difícil estudar em um lugar assim. Acredito profundamente que o impacto é muito negativo no processo de aprendizado quando não há um clima apropriado na Escola.
Governos estaduais, municipais e federal precisam trabalhar juntos e assumir suas responsabilidades para conseguir uma Escola de qualidade. Sem Docentes qualificados não vamos conseguir avanços. Mas, quando olhamos bons exemplos, fica claro o papel importante da gestão da Escola e dos diretores. Daí o papel fundamental das secretarias, que precisam fomentar o surgimento desses profissionais.

 

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