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9 de Novembro: A luta por direitos que culminou em três mortos e vários feridos na CSN

9 de Novembro: A luta por direitos que culminou em três mortos e vários feridos na CSN

Ato da greve em 1988 na Praça Juarez Antunes / Imagem: reprodução

Em 1988, a cidade de Volta Redonda tornou-se referência na luta por garantias de direitos. Os mais de 10 mil funcionários de duas grandes empresas (CSN e FEM) entravam em greve, reivindicando reajuste salarial, além de melhorias nas condições de trabalho.

A greve, que começou no dia 7 de novembro, teve a mobilização da ocupação de quase toda a classe de operários para a ocupação da Companhia Siderúrgica Nacional. O ato tinha como principais reivindicações a readmissão dos trabalhadores demitidos por perseguição política, a redução de oito para seis horas da jornada de trabalho para as atividades ininterruptas e ainda um reajuste salarial.

Devido à repercussão da paralisação, que colocou o governo na mira dos trabalhadores, durante o ato, na noite de 9 de novembro, o então presidente José Sarney autorizou o Exército a invadir a usina, sob o comando do General José Luiz Lopes. Os militares, então, invadiram a fábrica, atirando nos operários. Dezenas de trabalhadores ficaram feridos e três foram mortos.

As mortes de William Fernandes Leite (22 anos), Valmir Freitas Monteiro (27 anos) e Carlos Augusto Barroso (19 anos) viraram símbolo da luta e das conquistas reivindicadas pela categoria naquela ocasião.

Em homenagem aos três trabalhadores, foi construído o memorial que retratada o ato 'desastroso' do governo à época. A obra foi idealizada pelo arquiteto Oscar Niemeyer e inaugurada no dia 1º de maio de 1989.

O arquiteto solicitou ainda que colocasse a seguinte frase em uma placa: “Um monumento àqueles que lutam pela Justiça e pela Igualdade”.

No dia seguinte à inauguração, por volta das três horas da manhã, o local foi parcialmente destruído por um atentado à bomba. Com a explosão, o memorial, composto por um bloco de concreto com imagem de três corpos em baixo-relevo, tombou para frente, ficando preso somente pelos vergalhões.

Chocado com a violência, o arquiteto foi contra a restauração do monumento. Assim, a pedido do próprio Niemeyer, a obra foi reerguida, mantendo parte de sua destruição, como forma de demonstrar a todos que a arte e a democracia podem parecer frágeis, mas são resistentes e eternas.

Além disso, ele pediu que a seguinte frase fosse acrescentada no memorial: “Nada, nem a bomba que destruiu este monumento, poderá deter os que lutam pela justiça e liberdade”. Foi reinaugurado em 12 de agosto de 1989.

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