Rádio Acesa FM VR: 9 de Novembro: A luta por direitos que culminou em três mortos e vários feridos na CSN

sábado, 9 de novembro de 2019

9 de Novembro: A luta por direitos que culminou em três mortos e vários feridos na CSN

Há exatamente 31 anos Volta Redonda tornaria referência na luta por garantias de direitos. Os mais de 10 mil funcionários de duas grandes empresas (CSN e FEM) entravam em greve, reivindicando reajuste  salarial, além de  melhorias nas condições de trabalho. Apesar de muito novo conseguia compreender que existia algo diferente.

A greve que começou no dia 7 de novembro teve a mobilização da ocupação de quase toda a classe de operáio para a ocupação da Companhia Siderurgica Nacional. O ato tinha como principais reivindicações a readmissão dos trabalhadores demitidos por perseguição política, a redução de oito para seis horas da jornada de trabalho para as atividades ininterruptas e ainda um reajuste salarial.

Devido a repercussão da paralisação, que colocou o governo na mira dos trabalhadores, durante o ato, na noite de 9 de novembro, o então presidente José Sarney autorizou o Exército a invadir a usina, sob o comando do General José Luiz Lopes. Os militares, então, invadiram a fábrica, atirando nos operários. Dezenas de trabalhadores ficaram feridos e três foram mortos.


As mortes de William Fernandes Leite (22 anos), Valmir Freitas Monteiro (27 anos) e Carlos Augusto Barroso (19 anos) virou símbolo da luta e das conquistas reivindicadas pela categoria naquela ocasião.

Em homenagem ao três trabalhadores foi construído o memorial que retratada o ato 'desastroso' do governo à época. A obra foi idealizada pelo arquiteto Oscar Niemeyer e inaugurada no dia 1º de Maio de 1989.

O arquiteto pediu ainda que colocasse a seguinte frase em uma placa: "Um monumento àqueles que lutam pela Justiça e pela Igualdade".

No dia seguinte à inauguração, por volta das três horas da manhã, o local foi parcialmente destruído por um atentado à bomba. Com a explosão, o memorial, composto por um bloco de concreto com imagem de três corpos em baixo relevo, tombou para frente, ficando preso apenas pelos vergalhões.

Chocado com a violência, o arquiteto foi contra a restauração do monumento. Assim, a pedido do próprio Niemeyer, a obra foi reerguida, mantendo parte de sua destruição, como forma de demonstrar a todos que a arte e a democracia podem parecer frágeis, mas são resistentes e eternas.

Além disso, ele pediu que a seguinte frase fosse acrescentada no memorial: “Nada, nem a bomba que destruiu este monumento, poderá deter os que lutam pela justiça e liberdade”. Foi reinaugurado em 12 de agosto de 1989.

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