A quantia investida pela Alerj foi na ordem de R$ 1,6 milhão, recurso economizado do orçamento da Casa, mais de 20% do valor total da embarcação, de R$ 7 milhões, como destacou o presidente da Alerj, deputado André Ceciliano (PT). “A Casa vem fazendo um duro dever de casa e isso está possibilitando parcerias financeiras na áreas de Segurança e Saúde. Com mais esse projeto, a Alerj vai poder prestar ainda mais ajuda, principalmente na área do conhecimento e do desenvolvimento do Estado”, disse ao lembrar do potencial do navio para o estudo dos campos de petróleo.
O apoio da Assembleia Legislativa teve o reconhecimento do governador do estado, Wilson Witzel, que agradeceu ao presidente da Casa. “Tenho total respeito a nossa Constituição, que diz que os poderes são harmônicos e independentes, mas eu também acrescentaria que eles são parceiros. Sem essa parceria, não se vai a lugar algum”, disse Witzel, que ainda prometeu a construção de um segundo navio.
O diretor-geral da Alerj, Wagner Victer, ainda lembrou da importância do equipamento para a formação de profissionais e, em consequência, para a economia fluminense. “O Rio tem 0,5% do território nacional, mas possui uma costa bastante ampla, com três baías bem tradicionais. Esse investimento é uma contribuição muito efetiva para a área de Ciência e Tecnologia, mas também para o desenvolvimento econômico do nosso estado”, pontuou.
Uma sala de aula no mar
Com 30,5 metros de comprimento e 7,8 metros de largura, a embarcação ultrapassa 250 toneladas e tem capacidade para navegar com 30 pessoas, bem como autonomia de até 15 dias. Na lateral do navio azul, é possível ler o nome dos parceiros, entre eles o da Alerj. A embarcação é definida pelo reitor da Uerj, Ricardo Lodi, como uma “sala de aula em alto mar”. “Com ele, os estudantes de Oceanografia e Biologia Marinha estarão próximos do objeto de estudo delas, as pesquisas irão ganhar outra dimensão. A ideia é que o navio seja autossustentável a partir do desenvolvimento dos projetos, mas ainda temos que levantar o custo de manutenção mensal”, explicou.
O navio começará a funcionar após o Carnaval e uma das pesquisas será relacionada à coleta de lixo plástico na Baía de Guanabara, como explicou o diretor da Faculdade de Oceanografia da Uerj, Marcos Bastos. Ele ainda destacou que a embarcação é um sonho de quase 40 anos, desde a criação do curso, em 1982. “Isso só foi viabilizado por conta das parcerias, entre elas a da Alerj, que nos honra bastante. Foi o Legislativo que nos estendeu a mão quando o Estado passava por um momento muito ruim”, disse em referência à crise que a universidade enfrentou em 2016 com o estado de calamidade financeira do Rio de Janeiro.
A importância desse sonho de décadas se mostrou na fala de agradecimento do homenageado, o professor Luiz Carlos Ferreira, que ocupou importantes cargos na instituição. “O que mais me emociona é ver o navio pronto para ser usado pelos alunos. Estou tentando manter os pés no chão porque é um dia de grandes emoções”, disse emocionado.
Também esteve presente na cerimônia o deputado Rodrigo Amorim (PSL) e os secretários de Estado de Saúde, Edmar Santos, e de de Ciência e Tecnologia, Leonardo Rodrigues.
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