Descendente de uma antiga família de ciganos fazendeiros de criação, ligada à política e ao militarismo na Província do Ceará, era filho de Antônio Bezerra de Menezes, tenente-coronel da Guarda Nacional, e de Fabiana de Jesus Maria Bezerra.
Em 1838, aos sete anos de idade, ingressou na escola pública da Vila do Frade, adjacente ao Riacho do Sangue, atual Jaguaretama, onde aprendeu os princípios da educação elementar, em apenas dez meses.
Em 1842, como consequência de perseguições políticas e dificuldades financeiras, sua família mudou-se para a antiga Vila de Maioridade, na Serra do Martins, no Rio Grande do Norte, onde o jovem, então com onze anos de idade, foi matriculado na aula pública de latim. Após dois anos atuava como professor substituto.
Em 1846, a família retornou à Província do Ceará, fixando residência na capital, Fortaleza. Bezerra foi matriculado no Liceu do Ceará, onde concluiu os estudos preparatórios.
A carreira na Medicina
Em 1851, ano de falecimento de seu pai, mudou-se para o Rio de Janeiro e iniciou os estudos na Faculdade de Medicina do Rio de Janeiro.
Em novembro do ano seguinte, ingressou como residente no hospital da Santa Casa de Misericórdia do Rio de Janeiro. Para prover os seus estudos, dava aulas particulares de filosofia e matemática.
Graduou-se em 1856, com a defesa da tese: "Diagnóstico do Cancro". Nesse ano, o Governo Imperial decretou a reforma do Corpo de Saúde do Exército Brasileiro e nomeou para chefiá-lo como Cirurgião-mor o Dr. Manuel Feliciano Pereira Carvalho, seu antigo professor, que o convidou para trabalhar como seu assistente.
Em 27 de abril de 1857, candidatou-se ao quadro de membros titulares da Academia Imperial de Medicina, com a memória "Algumas considerações sobre o cancro, encarado pelo lado do seu tratamento". O acadêmico José Pereira Rego leu o parecer na sessão de 11 de maio, tendo a eleição transcorrido na de 18 de maio e a posse na de 1º de junho do mesmo ano.
Em 1858, candidatou-se a uma vaga de lente substituto da Secção de Cirurgia da Faculdade de Medicina do Rio de Janeiro. Nesse ano saiu a sua nomeação oficial como assistente do Corpo de Saúde do Exército, no posto de Cirurgião-Tenente e, a 6 de novembro, desposou Maria Cândida de Lacerda, que viria a falecer de mal súbito em 24 de março de 1863, deixando-lhe dois filhos, um de três e outro de um ano de idade.
No período de 1859 a 1861, exerceu a função de redator dos Anais Brasilienses de Medicina, periódico da Academia Imperial de Medicina.
Em 1865, desposou, em segundas núpcias, Cândida Augusta de Lacerda Machado, irmã por parte de mãe de sua primeira esposa, e que cuidava de seus filhos até então, com quem teve mais sete filhos.
Por sua postura de médico caridoso, atendendo pessoas que necessitavam mas não podiam pagar, ficou conhecido como O Médico dos Pobres.[5] É relatado em suas biografias o episódio em que Bezerra doou o seu anel de grau em medicina a uma mãe, para que comprasse os remédios de que seu filho precisava.
Morte
Foi em meio a grandes dificuldades financeiras que um acidente vascular cerebral o acometeu, vindo ele a falecer na manhã de 11 de abril de 1900, depois de meses acamado. Não faltaram aqueles, pobres e ricos, que socorreram a família, liderados pelo Senador Quintino Bocaiúva. No dia seguinte, na primeira página de O Paiz, foi lhe dedicado um longo necrológio, chamando-o de "eminente brasileiro". Recebeu ainda homenagem da Câmara Municipal do então Distrito Federal, pela conduta e pelos serviços dignos.
Por Wikipédia
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