Competição reuniu cerca de 280 atletas neste final de semana, no Centro de Treinamento Paralímpico, em São Paulo; 23 deles vão representar o Brasil em Paris daqui a 45 dias
Foto: CPB |
A competição em águas paulistas, organizada pelo Comitê Paralímpico Brasileiro (CPB), foi a última antes do megaevento na capital francesa. Os Jogos começam dia 28 de agosto, daqui a 45 dias, com a sua primeira cerimônia de abertura fora de um estádio na história.
Ao todo, o Circuito contou com 279 atletas de clubes de 16 estados e do DF. No último dia de provas, nadadores que representarão o Brasil em Paris entraram em ação no CT Paralímpico.
Um deles foi o pernambucano Phelipe Rodrigues, da classe S10 (limitação físico-motora). Neste domingo, ele nadou os 100m livre em 52s82, melhor do que os 53s08 registrados pelo atleta no Mundial de Manchester 2023, o último do ciclo. À oportunidade, ele ficou em quarto lugar. Ainda no Circuito, antes dos 100m livre, o nadador disputou os 50m do mesmo estilo no sábado, ocasião em que registrou a marca de 23s91.
Phelipe, do Time Naurú-SP, realizou a prova de sábado menos de seis horas após pousar no Aeroporto Internacional de São Paulo, em Guarulhos. Isso porque teve que fazer uma viagem de última hora à Inglaterra. Apesar do imprevisto e do cansaço, o pernambucano se despede do Brasil rumo a Paris satisfeito com sua última competição antes dos Jogos.
"Para mim, o Circuito foi ótimo. A semana foi bem puxada. Fiz uma viagem longa. Os tempos aqui mostram que estou em uma fase boa. Estou bem animado para chegar a Paris e ver o que vai acontecer. Acredito que tem sido a minha melhor temporada", analisou o atleta, que nasceu com deficiência no pé direito.
Quem também utilizou o Circuito como ajuste fino para o megaevento na capital francesa foi Mariana Gesteira, campeã mundial nos 50m livre da classe S9 (limitação físico-motora). Neste domingo, a fluminense nadou os 100m livre em 1min04s99, acima do tempo de 1min02s57 que lhe garantiu o vice-campeonato mundial em Manchester.
“Eu fiz uma passagem bem forte. Até me surpreendi. Foi muito bom. É uma estratégia que temos elaborado para acertar a primeira parte da prova. Agora, faltam 45 dias. Os Jogos estão cada vez mais próximos. O coração está a mil. O desejo de viver isso é gigante e acredito muito no trabalho que a gente vem fazendo”, disse Mariana, do Clube de Natação e Regatas Álvares Cabral - ES e que nasceu com Síndrome de Arnold-Chiari, uma má-formação do sistema nervoso central que afeta a coordenação e equilíbrio. A atleta também nadou os 100m costas, prova que concluiu em 1min13s09. Ela foi bronze nessa disputa no último Mundial.
Outro campeão mundial também testou uma estratégia nova no Circuito. Gabriel Araújo, da classe S2 (limitação físico-motora) e do Praia Clube-MG, fez duas provas neste domingo: 200m livre (4min07s85) e os 100m costas (2min04s73). No sábado, o nadador completou os 50m costas em 55s13. Em todas elas, o mineiro é o atual campeão mundial.
“Eu disputei minhas provas principais no Circuito. Os 200m livre foram bons. Testei uma nova estratégia, mais uma variável para chegar da melhor maneira possível em Paris. Estou no caminho certo. É sempre bom estar no ritmo de competição. Confesso que estou cansado, porque venho de treinos puxados. Mas, na França, estarei mil vezes melhor do que hoje e dez mil vezes melhor do que estava nos Jogos de Tóquio”, avaliou o mineiro, que tem focomelia, doença congênita que impede a formação de braços e pernas.
Além deles, a pernambucana Carol Santiago, da classe S12 (baixa visão) e do GNU-RS, maior medalhista do Brasil nos Jogos Paralímpicos de Tóquio 2020, com cinco pódios, também competiu no Circuito e aproveitou suas três provas no evento, 100m borboleta, 200m medley e 100m costas, para traçar um planejamento para Paris. Inclusive, sua primeira disputa na capital paulista foi a mesma que abrirá seu programa na França.
No sábado, ela fez os 100m borboleta em 1min07s74 e os 200m medley em 2min35s21. Na última prova individual do Circuito, neste domingo, Carol terminou os 100m costas em 1min08s83., abaixo da marca de 1min08s89 registrada em Manchester e que lhe deu o título de campeã mundial.
Nas últimas missões internacionais em que a Seleção Brasileira de natação esteve presente – Mundiais da Ilha da Madeira, Portugal, 2022, e de Manchester, Inglaterra, 2023, além do Parapan de Santiago, 2023 -, os brasileiros alcançaram o top-5. Em águas portuguesas, o Brasil registrou sua melhor campanha em um Mundial, quando ficou na terceira posição, com 53 medalhas, sendo 19 de ouro, 10 de prata e 24 de bronze. Já em Manchester, os brasileiros ocuparam a quarta colocação, com 46 pódios (16 ouros, 11 pratas e 19 bronzes). Nos Jogos Parapan-Americanos, o país liderou a modalidade ao conquistar 120 medalhas – 67 ouros, 30 pratas e 23 bronzes.
Além disso, a natação é a segunda modalidade que mais garantiu pódios para o Brasil em Jogos Paralímpicos. Foram 125 – 40 ouros, 39 pratas e 46 bronzes. Apenas os esportistas do atletismo foram mais laureados: 170 medalhas (48 ouros, 70 pratas e 52 bronzes).
Patrocínio
As Loterias Caixa são a patrocinadora oficial da natação.
Programa Loterias Caixa Atletas de Alto Nível
Os atletas Gabriel Araújo, Phelipe Rodrigues e Mariana Gesteira são integrantes do Programa Loterias Caixa Atletas de Alto Nível, programa de patrocínio individual da Loterias Caixa que beneficia 114 atletas.
Time São Paulo
O atleta Phelipe Rodrigues é integrante do Time São Paulo, parceria entre o CPB e a Secretaria de Estado dos Direitos da Pessoa com Deficiência de São Paulo, que beneficia 149 atletas.
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